6 de dezembro de 2010

05/12/2010

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não sei como foi tão lindo. depois do dia agitado e abarrotado de atividade mental intensa, consegui relaxar o coração entre tantos amigos incomuns e em comum, vibrando uma felicidade quente em forma de luz...
fui abraçada de surpresa no início de uma música linda e fechei os olhos. os dois corpos pareciam um só, balançando exatamente no mesmo ritmo, com o mesmo calor e me fez sentir aquele amor puro de volta, aquele que é o único o qual me faz acreditar ainda. deitei a cabeça num ombro macio e familiar, que eu quero por muito tempo e me senti a pessoa mais amada no recinto, enquanto passava de leve a barba no meu rosto e me abraçava de um jeito novo, me fazia sentir que eu estava onde deveria estar.
isso tudo causou uma invasão de paz na alma e uma leveza há muito esquecidas.
sou eu de verdade, é você de verdade, é o amor de verdade.


1 de dezembro de 2010

09/11/2010

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não sei como você ousou um dia pensar em me deixar. mas ousou também me ter de volta... e isso importa agora, só isso.
mas como você viveria sem seu carinho preferido, sua escova verde e sem mim, pra salvar de baratas e monstros afins?
foi insanidade nossa passar o fim de semana mais fora de órbita do ano, com tanto vazio e entorpecendo a mente pra se sentir forte, sendo que somos agentes catalizadores um do outro.
como você conseguiu ver seu carro sem fios de cabelo loiros-vermelhos pelos bancos e sentir sua cama tão grande? sem mim batendo o cotovelo na parede?
eu senti falta da luz que entra pela fresta da sua cortina, fazendo a sombra das árvores ficar pela metade e minha cor tão bonita.
aposto que você sentiu a mesma falta que eu do nosso edredom colorido, e da casinha que é minha, mas você montou comigo. me faltou sua força física, até pra abraçar quebrando minhas costelas e com certeza, te faltou a doçura com a qual eu deslizo meus dedos pelo seu cabelo, te fazendo dormir em paz.
me faltou seu realismo e te faltou minha síndrome de pollyana.
acho que você não arriscaria de novo, ficar só com você mesmo, como eu sempre digo, fomos postos juntos porque tinha que ser, porque somos água e óleo e conseguimos nos misturar e fazer o bem mútuo. você é maravilhoso pra mim e eu, pra você.

28 de novembro de 2010

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só dois monstros de olhos amarelos e focinhos nervosos, poderiam compreender tudo agora (22:39).
essa semana peguei um táxi e estranhei a forma de dirigir do motorista. ele não cortava os carros e motos, nem corria e pisava fundo como você. meu quarto, minha cama, tem seu cheiro. ás vezes falo no plural. planejo futuros meus, em que você não se pronuncia. passo fins de semana completos com você. precisei de algo forte passando pela garganta e nem tinha tanta vontade, mas fazem tantos anos que pra mim tanto fez. segurei minha beleza e talvez por isso, eu viva de mãos fechadas, não acredito nesse mundo, nem em cenas finais de filmes. estou surda e com os ouvidos inflamados e entupidos por falta de ouvir. a cama sem você fica tão grande e parece que tudo o que me agrada, que sempre me cercou e eu exponho, é idiota. eu me sinto idiota, logo, lembro que esse mundo não me pertence e nem eu a ele... e que o amor sem grandes explosões é o amor duradouro, mas que eu não sou loira, sou magra, olhos fundos... geralmente injetados de sono e mesmo assim, alguém me ama (em relacionamento). deve ser excêntrico, mas sente raiva por eu ser assim e eu confundo o eu dele e eu me afundo nesse mar de almofadas, onde eu sou a mulher mais linda e cobiçada.

25 de novembro de 2010

25/11 (antecipada)

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é lindo como a gente parece ter nascido um pro outro, se isso existir...
percebo desde o modo como você bebe a água que eu te sirvo no copo com gelo, enquanto eu bebo no bico jovial e mal-educadamente, até seus beijos mais profundos e cuidados explícitos.
como quando você deita inclinado com os braços cruzados na hora que saio do banho... surge aquela cena linda de cama, edredom, lençol de malha, você... no meio da fumaça de vapor que sai comigo.
o jeito como você também nos faz ser livres, como busca isso igual a mim, e nos faz ser estranhos no mundo. sempre que passamos pelos pontos badalados da cidade, minha cabeça projeta a frase na parede: "quem são essas pessoas?", e ainda assim, me sinto bem porque você está ali também.
te amo pelo cheiro da sua barba que é diferente do da pele e te amo.
te amo quando te vi jogar futebol, sendo convidada por você mesmo.
te amo quando "aguenta" meus amigos batucando e cantando mpb's infindáveis nos bares, sem parar... quando você tem vergonha porque eu falo alto, rio alto e danço...
essa sou eu, e te amo por você amar tanto essa pessoa que existe em mim e agora, em você também.

23 de novembro de 2010

supra-sumo da incerteza.

não sei o que foi, se a padaria da esquina mudou de dono, alguém na rua comprou um cachorro ou mudaram algum móvel de lugar em casa sem me contar.
mas algo está completamente fora do seu lugar no mundo, objetos ganham vida, minha vida vira objeto ou meus sentimentos se dissipam com frequência, ultimamente.
talvez seja porque meu pai está fora, ou porque voltei pra ginástica sem acreditar no ideal dela, ou alguns alunos meus já tenham passado de ano e outros não.
talvez eu tenha aceitado as atuais condições com resignação... parar os remédios com calma, me forçar a comer certas coisas, aceitar ser 99,9% mais feliz...
quem sabe esse 1% seja o segredo e esteja pairando sobre a cabeça de alguém que tenha posse dele, ou não o queira deixar vir.
quem sabe as flores que eu pintei tenham desbotado, ou pode ser só solidão interna mesmo.
talvez por isso não ocorrer mais com quase nenhuma frequência, eu esteja me sentindo minha própria companhia, amiga, amor, amante... e os outros ao redor me enxerguem duplicadamente completa.

mundo, pode se foder hoje com seus sons, hostilidades, amores e a merda toda... estou muito cansada e desiludida pra você.

18 de novembro de 2010

preciso chorar minha dor. mas dessa vez, sozinha e em voz baixa, comigo mesma.
porque de tanto escutar toda a vida: não chora, para de chorar, pelo amor de deus para com isso... eu mordo o lençol quando preciso de um ombro. aliás, já não mais preciso de ninguém e se por amor eu QUISER chorar e molhar as blusas de uns poucos amigos, eu posso, mesmo assim baixinho e quase nunca quero.
uma vez chorei tão forte e alto que uns vizinhos vieram ver o que era, outros reclamar e minha mãe explicou, com a garra das mães, que eu estava no direito de pôr pra fora a minha dor e era isso mesmo o que eu queria dizer pra eles, mas não tinha força.
nesse dia, meu peito ia inflar até explodir se eu não gritasse minha dor pro mundo, com certeza naquele dia, a rua toda chorou comigo e sofreu comigo, como num ato de compaixão e não pena.
e hoje, já não preciso mais de colo porque já sei a matéria-prima dessas lágrimas e da dor no peito que eu pensava não existir: é o meu amor que só eu aguento e quando eu percebo que outra pessoa não suporta tanto amor, ponho um pouco dele pra fora, desperdiçando... mas agora baixinho, esperando que alguém com o coração tão grande quanto o meu, me dê espaço pra despejar um pouco pois é muito amor e peso.

16 de novembro de 2010

manias.

a primeira sensação é de desespero. mas logo aceito tentar dormir com uma dose (bem) menor.
tento ler, mas Chico me dá vertigem, não tem mais Sidney e Marcelo tá lá em cima. ligo porque essa hora a gente sempre liga... e nada. "o tédio faz nossa mente entrar em parafuso e não dá pra falar nada." nada mesmo.
mas o nada já é alguma coisa e á partir do momento em que ele pronunciou: nada, eu explodi a parede que estava me bloqueando, assim como minha mãe entrando no quarto me fazendo pular da cama, só pra me lembrar de ligar pra minha dentista.
na verdade, como um milagre, voltei à minha rotina preferida: trabalhar com vontade, comer tudo certinho quando dá, cuidar de uma anemia que quis me assustar, escrever, ler com os joelhos na parede gelada, dormir com a cara nos livros e com as luzes acesas, ir todo o fim de semana pros mesmos botecos e rir até dar dor de barriga e à praia quando dá sol, voltar pra ginástica toda semana com minha mãe me empurrando, sentir a energia das pessoas e dos lugares, dormir as tardes de domingo com meu amado, dormir as noites frias com ele esquentando a casa e puxando o edredom todo, vendo filmes que não interessam a quase ninguém, lendo suspenses e romances e biografias ao mesmo tempo, aprendendo muito e querendo escrever sobre tudo em volta, sem dor, sem choro, fácil e com felicidade.

15 de novembro de 2010

surpresa colorida.

já aviso que será difícil e subjetivamente difícil escrever sobre ela.
alguns podem despercebê-la, mas pra mim ela soa como um verde suave. no começo achei que era "só" uma mulher séria que já aprendera mais que eu na vida. e é. mas não SÓ e mesmo que fosse "apenas" isso, não seria só.
apesar de não serem muitos os anos que nos separam, estou mudando móveis de lugar aqui dentro devido a certos pensamentos soltos ou profundos que ela me injetou sem saber. e eu sou difícil de mexer assim, no tempo (acho que não sei como explicar).
ela vem me mostrando o que uma mulher pode ser e sentir e ela me diz fisicamente sentir, o que eu duvidava que ocorresse com mulheres como nós, na casa dos vinte. ela me faz sentir livre em ser menina também. conseguiu numa só hora de papo deitadas no sofá, me fazer chorar de rir, de emoção e arrepiar inteira.
ela é pra mim, uma mulher definida como: ISSO TUDO.
talvez, eu na sua situação tivesse pirado e desacreditado da vida, mas ela tem a capacidade de cuidar de uma casa, trabalhar, cuidar de tudo mais e ainda entender um homem, que se apaixonou por ela, creio eu, pois conseguiu enxergar o misto de mulher forte e sensível que ela é, como eu consegui olhando de fora.
ás vezes quero colocá-la no colo, ás vezes morar com ela e sempre quero aprender mais com ela, porque quando eu penso que acabou, me vem ela de novo com algo super interessante, o qual nenhuma garotinha fútil gostaria (admiro muito) e eu morreria sem saber.
só com ela consigo assistir a um programa de decoração ou qualquer variação doméstica, porque acho que ela aceita meus olhos ainda em amadurecimento, de ver apenas arte, enquanto ela vê lar.
eu poderia dizer que ela é uma camaleoa na arte de conviver, ou simplesmente gosta de mim de graça. logo eu que caí de pára-quedas na vida dela e no mundo dela e antes que eu me explicasse, ela já sabia o porquê de tudo.
tem gente que pode achar genuína a personalidade de mulher madura dela, eu prefiro acreditar na transparência e na serenidade que ela me passa, ela sabe que é minha preferida nas conversas e sabe o porquê disso tudo estar escrito aqui.
é o tipo que me agrada, abrangente, flexível e amável. sim, eu vejo e sinto amor por ela, mesmo que ainda não seja definível.

11 de novembro de 2010

"(...)Ia tudo muito bem até que uma garota muito diferente de Aninha chegou na festa. Loira, alta, gostosa e safada, a loira encarnou no meu primo que, mesmo fazendo de tudo para não demonstrar seu ânimo, não dispensou a oferta de olhares devolvendo alguns.
Aninha, como toda moça que ama muito, sentiu no ar a podridão. Meu primo, como todo homem, fez Aninha pensar que estava ficando louca e inventando tudo aquilo. Aninha, que estava há mais de seis horas apenas tentando ser perfeita, desabou mas evitou chorar na frente de todo mundo e, de cabeça baixa e mãozinhas fechadas de ódio, foi ao banheiro mais próximo e se entregou a um rio sem fim de lágrimas.
A família inteira, de tio machista a tia metida a modernete, esbravejou contra Aninha: onde já seu viu armar essa palhaçada! Onde já se viu estragar a festa por causa de uma besteira! Homem olha mesmo, homem não presta, uma mulher precisa ser superior a tudo isso! Uma mulher precisa ser equilibrada e…mulher só casa se… e bláblábláblá.
Eu apenas me levantei, peguei um brigadeiro de colher, e fui ao encontro de Aninha no banheiro. A abracei e chorei junto com ela. Mais de onze anos nos separavam mas naquele momento, éramos apenas duas mulheres que sofriam de amor. Ela pelo meu primo e eu por tantos outros que ficaram pra trás. Ela ainda não tinha aprendido a virar uma escrota maluca e largar o cara falando sozinho na festa, ela ainda tinha a bondade de ir chorar no banheiro e esperar que a vida pudesse voltar a ficar bonita depois da descarga cheia de papel higiênico com ranho. Eu, infelizmente, já tava mais pra loira safada do que pra Aninha.
Come o brigadeiro, Aninha. E eu torço, do fundo do meu coração, pra que você consiga virar essa mulher que não enlouquece, que é superior, que entende a natureza, que aceita que os homens flertam mesmo, procuram mesmo, não conseguem mesmo, mas que, aos poucos, talvez, você consiga acalmá-lo, casar, ter filhos e que, talvez, sei lá, você possa aceitar essa natureza nojenta, o mundo como ele é. Você vai ser mais feliz do que eu, querida, até porque, com tanta doçura e meiguice e feminilidade, o mundo te aceita melhor. Você pode. Não chore. Você pode.
Eu nunca consegui, nunca, eu quero que a natureza se foda. Eu peguei meu casado dourado e fui embora."

Tati Bernardi

8 de novembro de 2010

segunda carta ao universo. (não que a primeira tenha sido postada.)

me pergunto, ás vezes, se mereço essa vida e descobri que SIM! descobri que dessa vez o universo caprichou na dose.
tinha que ter olhos tão verdes e a barba no tamanho ideal? precisava ter personalidade e caráter de homem de verdade, rindo e fazendo piadas com a graça das crianças?
ahh ...não sei se precisava saber tudo o que melhora dores! e me ensinar tanta coisa!?
não tinha necessidade de ser tão tranquilo e me cuidar tão bem... e ainda cozinha!
ah, universo, eu sei que a um tempo atrás eu pedi demais e errado e aceitei o que recebi, mas precisava ser sensível e dormir com cara de anjo?
e outra coisa, Sr. universo, além do que eu já citei, precisava dormir abraçado e ter tanto prazer em me ver feliz? ainda ter um ciuminho gostoso ás vezes?
eu devo ser uma boa moça mesmo pro senhorzinho colocar na minha vida tudo o que uma mulher quer (ou o que eu desejei e veio sob medida, do tamanho certo!)
só tenho a te agradecer, meu amigo, pelos carinhos sem fim, pelo controle natural de tudo, por nada de ruim atingir, por ser forte e doce como eu sempre quis (ah! e por me ensinar que colhemos o que plantamos com esforço... como plantei e colho todos os dias!).
sinta-se eternamente beijado,

ana aguiar. (07/11/2010)

25 de outubro de 2010

não sei o que estou sentindo agora. poucas vezes estive presa nessa incógnita.
queria estar deitada naqueles sofás muito fofos que engolem a gente. meu coração palpitou forte, mas também parou rápido deixando a dúvida no ar.
me sinto tão forte, tão segura, tão eu mesma... cheguei à conclusão de que faço mesmo tudo o que tenho vontade, sem intenção de machucar ninguém e isso dá certo, é uma vida sem jogos.
meu deus! preciso daqueles sofás ou de me cobrir até a cabeça com o edredom e o Sidney Sheldon mesmo.
o amor é mesmo uma coisa muito louca, se for ele realmente quem me faz querer sair correndo, agora.

23 de outubro de 2010

21/10/10

aquele amor ou paixão que terminam em nojo, era o que eu queria sentir agora.
que só de ouvir seu nome, eu vomitasse tudo o que aconteceu, que eu pudesse jogar fora toda a roupa de cama e a cama se possível.
me sentir por cima, como você deve estar, sair "ganhando" enquanto tudo é perda.
meu pai me ensinou que eu não esperasse nada de ninguém, há anos... e também que meu coração era puro demais pras pessoas e elas não aguentavam meu amor, que eu era boa demais, legal demais, amava demais... mas que as pessoas quase nunca retribuem da forma doce, como eu passo á elas. e começo a me convencer de que ele esteja certo.
mas acho que nasci do avesso, agora quero esperar de mim o asco, o nojo, a repulsa das flores e tudo o que foi tentado, na medida do possível, se fazer, quero ter aversão a mim, por trabalhar, guardar dinheiro pras viagens sem destino e dias inteiros na praia, que idealizei na minha mente inocente, onde tudo termina bem pra TODOS. também por me culpar tantas vezes por algo que, pobre de mim, não sabia que podia retorcer tanto meu coração.
talvez, daqui a um tempo eu consiga escrever outras coisas bonitas, mas por ora, é só escuro e amargo e me desculpem. só sei escrever sobre o amor, seja com júbilo ou ira.

o mundo só é mundo, porque ele existe.

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(sabia que esse texto não seria em vão, já esperei alguma coisa, ao menos. não pode terminar bem pra TODOS, como no meu mundo.. alguém vai sair ferido.) 23/10

22 de outubro de 2010

tapa.

3ª missão: em andamento
hoje tive ânimo e vontade e almocei com um amigo querido, expandi a mente e a sensibilidade e estou me sentindo mais forte, também um pouco frenética, agitada... mas muito feliz por certos fatos.
não houve choro, mas ainda me sinto diminuidamente pequena. mas parece que incrivelmente hoje,
todos resolveram me elogiar e eu comecei a costura da auto-estima.
recebi uns amigos em casa, coisa boa e não cansativa... recebi mais coisas boas também.
e pra fechar com CHAVE DE OURO, perguntei a um aluno "o que faria pra viver agora", nessa situação "sozinha" e ele me respondeu com a maior naturalidade, até com um pouco de ironia"como se a tia não soubesse disso", guardando o material: "ué, é só lembrar que dentro de você tem uma pessoa especial, né!"
se despediu com um beijo sincero e foi embora deixando um pouco da paz das crianças comigo, pra usar no fim de semana que começa hoje, sem maiores shows ou fugas, na maior serenidade.

21 de outubro de 2010

e se...

hoje faz meses de que você duvidou que eu te beijasse e se surpreendeu com o beijo.
3ª missão: em andamento.
ontem eclodiu tudo o que de feio eu previa sentir.
meu braço quase recuperado dói, mas me orgulho de não ter saído daquela agulha nada que me entorpecesse. fui forte o máximo que pude. senti o mesmo frio, o mesmo vazio e vi as gotinhas correrem mais rápido. um pouco menos de inferno que a três anos atrás, mas mais frio e a dor nova no fundo do peito, que eu achava que acontecia só em filmes ou novelas. o mesmo aperto na garganta e FODA-SE o mundo, mas eu não acredito que quem ame, deixe. vou morrer defendendo essa idéia e não sei porque diabos o meu amor não diminuiu nem um por cento ainda.
ainda, ainda, ainda. eu já estive onde estou e onde você esteve, mas nunca deixei alguém que amasse e nunca tinha sido deixada apaticamente, assim.
meu peito já se dilacerou com a falta de manutenção, mas fecha um pouquinho a cada dia.
é um bom e doloroso aprendizado. vou repetir a palavra dor quantas vezes precisar, porque agora ela é minha real companheira, ás vezes dá uma trégua mas está sempre comigo preenchendo o vazio que ficou entre os dois lados da cama e do meu peito.
pudera eu concretizar essa revolta em forma de força. MAS a força da qual eu precisava desde os onze anos, já está quase resgatada.
tempo é um fator isolado que dói lado a lado com seu bendito amor inegável. infelizmente, só ele resolve, mas não se atrevam a me dizer isso pois o amor já veio e foi tantas vezes nessa vidinha de merda.
e agora, vejo tudo ir mais uma vez por água abaixo, menos a dor e o buraco vazio que talvez seja amor não correspondido.
viram? comigo também acontece. e eu estou aqui despida de máscaras e atitudes de "gente forte", admitindo que os olhos ainda incham porque ainda choro umas duas vezes ao dia, ainda acordo de madrugada querendo um abraço, mas aquele seu de verdade, ou ligar pra dizer que você fez tudo errado, que isso não se faz com quem ama.
e esqueço que sou eu quem tem os olhos vermelhos em volta e as olheiras ainda... mas também sou eu quem acredita que quem ama, não deixa.

18 de outubro de 2010

velha com gatos?

2ª missão: cumprida
aniversário de cinco anos do irmão de uma aluna de nove que me ama demais e é recíproco. levei stela com o convite que sobrou.
até pensei em ficar escornada na cama quente, com um robe de velha que cria gatos até a morte, mas não faria isso a uma criança que me diz querer ser minha filha de tão boa que eu sou.
boa é ela, que retribuiu minha força com o brilho no olhar mais sincero do mundo.
entre gente velha, nova, estranha, conheci primos de tios de avó de não sei quem e não nego, algumas vezes tive vontade de correr.
mas estive firme e fiquei no máximo uma hora, meu limite, mas, missão cumprida.
minha aluna encheu os olhos d'água quando eu fui embora, eu disse a ela que a amava, que só tinha saído de casa por ela e que um dia depois já iríamos nos encontrar de novo.
ela me abraçou forte e eu fui embora em paz, deixando a velha e os gatos na cama.

15 de outubro de 2010

a esperança também cansou.

desde quando o amor cura tudo? o amor próprio pode ser que sim, mas o amor solto só consegue ser mais escuro.

[levante, mulher! faça uma maquiagem de rosto e alma, suba num salto que é pra parecer superior e desinteressada pelo mundo e pelos problemas.]

o amor solto faz coisas como sorrir sem vontade pra ver o outro melhor (e é bonito), te faz meio livre, te espera horas por consultas chatas, faz amor com emoção mesmo no momento incerto, aceita silêncio, aceita apatia, aceita limites até eles sucumbirem à raiva de algo impalpável, quer teste, quer ver até onde dá, quer abraços forçados, quer, quer, quer, sempre dos dois lados.

[mulher! você vai perder tudo o que conquistou se não vestir uma boa lingerie e não passar um rímel nesses cílios que é pra "levantar o olhar". seu homem vai encontrar mulheres mais bonitas, animadas e FELIZES, que você! corre, finge que tá tudo perfeito.]

foda-se o destino.

o amor próprio não quer ouvir respirações profundas espirando cansaço, quer até fazer coisas ridículas e faz, mas logo se arrepende, quer se esforçar, quer não ter que se esforçar, quer sair de casa de cara limpa, quer cair no chão de fraqueza e receber um carinho na cabeça que seja, quer dormir acompanhado, às vezes tenta agradar, mas vê que a torre vai ser chutada em seguida, quer ter força, aceita quando não tem, vibra quando tem, tem pouca coisa, aceita o que não merece, corre atrás do que merece.
amanhã são duas décadas e á anos quero sumir um dia antes, mesmo sabendo que quase todas as pessoas vão fazer até o impossível pra ser perfeito.
meu sonho era que elas esquecessem, pela minha falta de ser e estar.
mas eu mesma dou um jeito de esquecer e bato palmas como se fosse pra outra pessoa presente. tenho até vontade de chorar quando vejo tudo o que pessoas especiais fazem por mim.
esse ano não sei se as lágrimas vão acontecer antes de dormir. se pudesse, previa tudo o que de feio e frio vou poder sentir amanhã, sumiria e reapareceria querendo um abraço de mãe. só ela abraça com tanta verdade.

[mas me alivia pensar que não preciso do rímel, nem da lingerie amanhã, porque quem vai estar do meu lado, me vê transparente, quem não sabe, nem imagina e quem não quer ver que vende os olhos, só amanhã...

13 de outubro de 2010

12 de outubro de 2010

repulsa

é bom olhar de novo, só pra sofrer um pouquinho, dar uma futucada na ferida e me sentir superior diante de tanto vazio, imaturidade e ilusão.
será que causa alguma nostalgia? a mim causa letargia ver tanto amor desperdiçado, tanto tempo jogado no lixo.
janeiro de 2009, e aperta o estômago enquanto ele ronca de fome. aperta e me lembra que a vida está existindo nesse momento, que amor é dor e que nós, loucos, aceitamos e assinamos o contrato de sentir saudade, ciúmes, dores, apertos e tudo mais.
meus ossos doem de frio e minha mente chacoalha perdida, sem entender muito bem o porquê de tudo. tanta vida, tanto sentimento, tanta mentira, tanta verdade. tantos costumes bestas, sonhos irreais que eu não sonhei com menos idade, talvez devesse ter sido uma babaca sonhadora e mutiladora de verdades, pra agora não estar doída e querendo tirar quatro pés do chão, já sabendo que seria sem êxito.
continuando com a dor no estômago, nojo, intolerância, repulsa... só devo atravessar o quintal pra me proteger no meu casulo mas resolvi dormir ou passar a noite mesmo no casarão. sob os cuidados do melhor casal do mundo (mesmo que eu tenha quase duas décadas), caso haja uma explosão ou eventualidade. sob os cuidados deles, me sinto protegida, caso contrário, não.
como a posse é nojenta, repulsiva. acabei de sair desse mundinho de lixo de vocês e meus olhos estão marejados de água, mas ela não vai cair.

dave.

02:02, estou pronta pra dormir, mas como um afago na cabeça, está passando a reprise do show do Dave Matthews na tv.
"you and me, togheter...yeah, yeah...", soando como uma mínima sensação de paz depois do dia de hoje. hoje sou mais forte e maior que eu mesma, começa "crash into me" e meu corpo se arrepia todo, paro um pouco pra ver, acaba a música e eu tenho vontade de voltar e fazer amor a noite toda mas não desejo ninguém, nem a mim mesma.
tudo tão complexo, tão completo... como eu me sinto agora, fui até o fim com minhas palavras. lembro de um amigo que estava no show e sinto saudades, dor nos músculos do pescoço ás costas, ele toca mais meu coração e meu corpo com mais uma música, tudo ao mesmo tempo.
hoje fui uma mulher real e a cada dia sou mais um pouco de mim, me sinto mais viva, mais forte... e sei que isso pode gerar aquela subversão amarga dos sentimentos que me espanca de indiferença diante de tudo, mais pra frente.
como eu quero dormir sozinha hoje, ocupar cada centímetro frio da cama grande e sentir o frio nos pés.
até ameaço uma balançadinha nos dedos dos pés mas acaba o show e minha bateria, já fiz demais por hoje.
amanhã só faço o que "vier de encontro a mim."

6 de outubro de 2010

tédio-gigante.

uma semana de molho... alguns problemas e seus derivados: cama, sono, tédio, cama, tédio, cama, cama, tédio, tédio eterno.
já fiz o que dava, fiz as unhas e tomei banho pra parecer gente, com muuuuuito esforço.
dei conselhos amorosos pra um primo, já que sou especialista nisso (quando se trata dos amores alheios), discutimos sobre garotas loiras e siliconadas que tem próteses no lugar do cérebro, sobre como elas malham tanto e não trabalham, sobre como eu trabalho e não malho.
conversei com outro amigo sobre problemas cotidianos e ele fez graça com tudo (ele é o único que tem esse direito), elogiou minha magreza excessiva (só ele consegue esse feito), brincou que tudo o que acontece na minha vida é apenas pela ausência da carne, eu ri um pouco mas sem mostrar os dentes.
que vontade de arrancar o tédio de dentro do tronco com as mãos, sem dor... não tem livro, música, festa, show, reuniãozinha, social nem outro tipo de distração que me atraia.. tô com enjôo do mundo hoje, justamente hoje.
queria ir pra um parque, daqueles de bairro, bem cheios de tétano e andar na roda gigante, olhar tudo de cima mesmo que não seja tão alto.
eu e eu, como fazia antigamente quando sentava de frente pro mar e respirava meu ar, soltava meu ar, olhava meu mar, até tremer sozinha com meu frio e ir embora sozinha com o cabelo embolado pelo vento e pela maresia.
até pra escrever trava um pouco e nem sei se eu deveria mesmo postar esse texto e nem se deveria ser chamado de texto... mas preciso aprender a ocupar minhas lacunas, principalmente se são TÃO minhas, como esse espaço.
termino no tédio ainda, ainda dando conselhos pro primo, rindo pouco do amigo, ouvindo minha mãe falar da rua pra beber água e com vontade de estar lá no alto da roda gigante.

4 de outubro de 2010

muito pouca força já é alguma.

eu mesma, sem nó na garganta, sem aperto no peito, sem dor... só com um pouquinho de lágrimas.
não costumo fugir dos problemas, aconteceu hoje porque houve o mínimo de autopiedade pela primeira vez e pela primeira vez defendi minha palavra até o fim e não pretendo voltar atrás, me culpar, autodestruir e flagelar por querer abraçar e cuidar de tudo e do mundo... porque eu me viro do avesso pelo bem estar geral da nação desde pequena? será que eu preciso de aprovação? bajulação?
não creio nisso até porque cheguei a um ponto em que não consigo achar nem a profundidade dos meus olhos bonita.
quero a cama toda pra mim essa noite, o carinho dos lençóis e do edredom, os beijos do vento fraco que entra pela janela e o cuidado do céu que me encara até o nocaute.
o orgulho agora vai ter a destreza de machucar mas dessa vez, se eu olhar dentro e até fora, vejo mais feridas e não me enxergo... porém hoje meus olhos estão abertos.
quando toca o celular, tenho até a pretensão ridícula de achar que é por sua causa e esqueço que de que por pior que seja ou com quem seja, sou eu quem traz a paz no fim, me desrespeitando e doendo mais tarde.
mas hoje, eu não quero e nem se quisesse teria forças.
hoje vou tirar os pés do chão e sentir sem medo ou culpa de pesar alguém ou o mundo, com a doçura na minha medida e tratando do lado de dentro... porque já está tarde da noite no meu mundo pra provar o meu amor e falar só sendo escutada, pegar leve e ter que chorar pro céu mais tarde.

21 de setembro de 2010

insuportável.

preciso decidir mil coisas, ligar, marcar, comparecer, tirar "Imagine" na flauta, voltar pro inglês, fazer outra língua, voltar a estudar, cuidar mais de mim, decidir mais, mais e mais coisas que me dão repulsa só de pensar...
a gente dorme cada um pra um lado, com o mesmo cheiro no cabelo e os pés grudados... às vezes eu não durmo, faço xixi trezentas mil vezes apesar de poder passar dois dias sem fazer, chuto uns chinelos, abaixo o volume do filme porque você começa a se mexer acordando. lembra quando eu não te deixava dormir? você dormia assim mesmo e eu agonizava quietinha do seu lado, ficava te reparando, encantada...
já não reparo mais, já quero que você descanse porque eu tô muito cansada de mim, quero que você desligue desse meu mundinho "lindo" e invejado, no qual só você entra e se molha e se machuca e me ama.
o pior de tudo é que eu te amo mais a cada dia, que enquanto você respira fundo, deita na minha barriga coçando a barba e me olha por dentro, eu queria te mandar pra longe desse mundinho de merda. mas como? quando eu penso nisso não consigo imaginar meus intervalos da rotina, como já te disse, sem te ligar entre um horário e outro do trabalho, sem suas ligações todo dia bem tarde contando o que cozinhou.
e isso dói fundo.
queria te jogar fora desse barco o mais rápido possível, antes que ele transborde e te deixei isso claro, mas você fala no meu ouvido com uma voz de quem não tem medo de perder nada, que você vai até o fim, que nós dois somos um e tem coragem ou prazer em beijar meu rosto molhado e minha boca salgada.
como não ver os programas de domingo, com o comentarista pessoal mais ácido e intolerante de todos os tempos.
ás vezes quero te abraçar grudando em você, quero ser atriz e forte nessa hora pra te dizer que não te amo mais... mas nessa hora te digo que você é o melhor e quero fazer amor com você e quero te jurar todos os meus sentimentos e o ruim é que você concorda com tudo o que eu desejo pra nós.
e eu me sinto tão só, tão coadjuvante na sua vida e na vida dos outros, mas você começa com planos milionários e deu pra me incluir neles agora, ainda me pergunta o que eu acho de morar em ilhas e dar a volta ao mundo com você mesmo podendo ter a mulher que quisesse.
meu amor é tão grande, que queria te jogar pra longe de mim, queria mudar de estado, quem sabe de país, mas não me vejo sem você e acabo pensando em ir mas com a condição de irmos nós dois, sem nada... apenas com os anseios que temos e que são tão simétricos.
e quando eu penso em não fazer mais nada, você me leva pra um fim de semana longe de casa e de tudo o que nos rodeia, pra arejar e ganhar todo o carinho que você pode me dar e eu desconheço.
e aí eu percebo que preciso daquele abraço por trás, entrelaçando as mãos e respirando forte e quente na minha nuca, mostrando que estamos vivos e perguntando: "tá com sono, amor?" e raramente eu estou.
geralmente, quero que você me esqueça e me esquente mas eu amo tanto, que estou querendo arriscar uma última vez.

17 de setembro de 2010

12:57

começou com muita doçura e um restaurante vegetariano.
eu o esperava encostada na parede da lotérica (que também já rendeu muitas risadas), com meus vestidos rodados e esvoaçantes, tentando esquecer tantos números de processos que orbitavam na minha cabeça.
ele vinha subindo a rua numa pose de moderno (que não é), com camiseta da MTV e um ray-ban amarelo-reluzente que parece ter sido feito pra ele.
depois disso, sempre uns abraços de dois minutos e meio com sotaque baiano (acho que nosso "sonho" era ser da Bahia, poetas que somos...)
ou então, eu o esperava (com o passar do tempo) na nossa mesinha de sempre ao fundo (eu lendo, ouvindo música ou só tentando lembrar algo inédito que ele iria amar).
era proibido falar em volta do buffet e ao celular perto das saladas (isso era uma graça), mas nós sempre falávamos e ríamos com os nomes dos pratos e vegetais.
rir. ele me ensinou que comer rindo faz a comida ficar mais gostosa e a digestão perfeita (mesmo com minhas batalhas: eu X estômago) e eu o ensinei que comer devagar (eufemismo pra LESMA), fazia bem e era lucrativo.
meu suco era sempre laranja com açúcar e o dele o mesmo, porém "com pouquíssimo açúcar", o que ele fazia questão de "gritar" pra garçonete que sempre ria dele (depois começaram os sucos de laranja com acerola...).
depois de comer, era a hora do carinho. carinho nosso, que não adianta explicar porque podemos parecer um pouco excêntricos ao mundo, na verdade, pra nós dois, o mundo é que parece um pouco excêntrico (talvez por isso as gargalhadas tão altas quando víamos algum figurão e eu tampava a boca e você ria mais alto ainda, continuava acordando o mundo pra nossa felicidade.).
um dia então, ao 12:57 (se não for em números, não é a mesma coisa) resolvemos que nos amávamos, mas isso já era fato desde a primeira vez que nos vimos. mas dessa forma, "concretizada" era mais doce e divertido.
foi assim, que conheci uma das pessoas mais incríveis da minha vida, que eu sinto sempre do meu lado, que eu choro quando falo ao telefone, que atende: "mentiiiiraaaaaa", quando ligo pra ele e me faz desmanchar em risadas com sorrisos. e agradeço a Deus e ao universo por conspirarem dessa forma a nosso favor... e peço que conservem essa nossa amizade linda pela eternidade.

16 de setembro de 2010

16/09/10

é aquela menina? coitada, tão magrinha... é ela mesmo? é sim. tem certeza? É sim, a filha daquela moça. não! a filha daquela moça é uns anos mais jovem. é ela sim... tá com uns ossos aparecendo, andando devagar, parece que perdeu o brilho que tinha desde a última vez em que apareceu. é, pode ser... o sorriso parece o mesmo, pelo menos por fora e o cabelo continua bonito, mas acho que não é ela, não...


[ás vezes a pegam flutuando em câmera lenta por curtos corredores ou escadas, mas já sabem o que fazer. a pegam no colo com cuidado, secam suas olheiras, massageiam-lhe a alma, quando podem... e se esforçam pra alimentar seu coração. que como numa projeção, parece atrofiado mas ela sabe que ele cresce independentemente da forma como agem em relação à ela, porém, quem está de fora vê apenas a projeção da atrofia e da fraqueza.]


mas não, é ela mesma. eu a conheci ainda pequena e ela sempre apagou suas luzes por uns períodos. talvez pra não chamar atenção, pra não despertar sentimentos amargos ou somente pra adormecer mesmo. e eu me lembro dela incandescer a cada despertar desses, ás vezes ela (ou não) prolonga esse blackout, mas vocês vão ver, é ela mesma! a filha daquela moça, aquela que brilhava...

14 de setembro de 2010

fundo.

você não crê, não quer ver ou não acredita quando eu juro até por mim mesma que na hora de gritar, a voz se esvai pelo vão assustador do desespero?
à noite, junto com a tontura e a vertigem, vem a explosão involuntária de tudo o que já havia sido extinto do coração, da alma...
e aí eu quero um abraço que me corte o ar, quero segurar cabelos com força, quero que abram minhas mãos, o contato com o ombro quente e molhado sentindo o cheiro da pele, quero a total aceitação das minhas lágrimas e desespero, quero exclusividade, mais atenção do que se dá a um bebê. tudo o que não se faz pra uma pessoa quando ela está de birra, porque birra não combina comigo, nem com o meu problema.
combina queimar tudo por dentro, combina o silêncio cheio de "eu te amo", combina o vento quase a me derrubar, a sua presença contra a vontade de qualquer pessoa...
que não me mandem fazer outra coisa a não ser me confortar, que não me atrapalhem se não puderem ajudar, não me mandem ler, porque meus olhos se fecham, nem conversar, porque a voz some ou o ar acaba, nem a sair por minhas pernas perderem a força.

não ser a contradição que solidifica aqui dentro em forma de dor, não doer a cada vez em que você é VOCÊ mesmo e isso implica em lágrimas, não ser a dúvida nem a náusea de não ser de repente.

só almejo o brilho que me foi ofuscado, ou que me foi roubado, ou que eu mesma desfoquei há algum bom tempo pra fazer outra alma suspender.
desejo ser meu interior em qualquer circunstância, em qualquer cama, qualquer brisa, qualquer sol, dor, contradição...
e que o silêncio dolorido dos travesseiros não seja mais alto que meu grito abafado.

1 de setembro de 2010

"Quando alguém não entende o meu amor, eu lembro daquele dia que você não queria tocar violão pra mim. Até que dedilhou reclamando que não era o seu violão. Daí tentou uma música conhecida. Tentou uma menos conhecida. Daí tocou uma sua, com a voz baixinha e olhando pro nada. E então me encarou e cantou com a voz alta. E então largou o violão, me encarou e cantou bem alto a sua dor, de pé, na minha frente, e eu achei que meu peito ia explodir. E ri achando que você ia sair correndo e dar um show na padoca da frente. E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fossemos música. E isso explica tudo, mas ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?
Quando vai dando assim, tipo umas onze da noite, o horário que a gente se procurava só pra saber que dá pra terminar o dia sentindo algum conforto. Quando vai chegando esse horário, eu nem sei. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo.
E daí se vai pra onde? "

Tati Bernardi

31 de agosto de 2010

pouco mas pra que tanto?
me faz rir de um jeito bom ver sua escova do lado da minha, a pasta de cabeça pra baixo e a toalha do avesso.
ou quando você toma banho e enxuga só a metade do corpo, não sem antes me perguntar: "essa toalha é a minha, né?"
era reconfortante sentir sua mão no meu rosto, ou quando você me olhava bem no fundo piscando os olhos tão devagar e passava a ponta dos dedos nas minhas costas e às vezes no meu cabelo.
quero continuar vendo você dormir com o nariz mais empinado do mundo, parecendo tão vulnerável ao meu mundo... respirando forte e colocando a mão por dentro do meu pijama, pra ficar mais seguro pra nós dois.
e quando assistimos a um filme, ou só à TV, mesmo tão longe na cama (a minha, que sem você fica colossal), nossos pés estão sempre juntos, os seus sempre me aquecendo.
me sinto tão bem quando seus amigos dizem que você tem "muita sorte" por eu rir verdadeiramente de todas as suas bobeiras... eles não sabem que eu também tenho sorte, ou sabem...
me abrace sempre, me beije quando eu menos esperar.
aliás, faça tudo quando eu menos esperar... isso tudo parece ser pouco mas explode aqui dentro.

11 de agosto de 2010

vivo de carinho, talvez mais que muitas pessoas.
de qualquer tipo, de vez em quando mesmo vindo de remetente "desconhecido", paz.
vivo da doçura, de gente disposta, de alma e amor bem cedo.

vem ver o que vive dentro do meu peito, vê o que dorme? vê o que vive e o que já morreu?
vê que a paixão substituiu a dor que ainda dói.

é quente e pulsa, talvez mais que muitas pessoas.
vivo de carinho bem cedo... e se tarde, desvivo.

10 de agosto de 2010

"Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…"

(trecho de Certezas, Mário Quintana)

3 de agosto de 2010

"É, é complicado procurar alguma coisa onde não existe nada e se vc prestar bem atenção vai concordar comigo, hoje eu estou meio opaco e os seres opacos precisam de qualquer coisa para se iludir."

(cidadão instigado)

"eu tenho tentado lhe dizer algumas coisas
há bastante tempo
perdi as minhas forças por você, e hoje
meu peito dói, dói, dói, por algum motivo e eu não
consigo achar
minha alma cai, cai, cai, de vez em quando eu sofro
e eu continuo a me preocupar
perdido no vazio desse sentimento
me encontra amanhã
pra gente conversar
desse sentimento
me encontra amanhã...

e mesmo que falte a coragem, ou sobrem, sobrem
palavras tolas
a gente pode rir, ou até mesmo chorar

tentei me aproximar por tantos motivos
mas fiquei só
esperando insistentemente
pra encontrar contigo
e te dar milhões de beijos sem ficar ouvindo
cobranças de amor
e encontrar você sorrindo
no meu coração, no meu coração
e te dar milhões de beijos sem ficar ouvindo
cobranças de amor
e encontrar você sorrindo
no meu coração...outra vez

minha alma cai, cai, cai
de vez em quando eu sofro."


(cidadão instigado)

22 de julho de 2010

16/06

já não preciso mais de tanto esforço, sua imagem se depositou nos meus lábios e dói, sua beleza casta dói deliciosamente no fundo (do peito e) da lembrança.
sua voz já está gravada nos meus olhos e faz sentir o gosto do seu sussurro semanas a fio, me fazendo querer entrar dentro de você.
posso sentir sua paz dentro dos meus dedos num simples fechar de olhos, que é incomparável à candura do calorzinho inabandonável de quando se faz presente.
já sinto seu corpo na minha alma, como a maciez da luz que emana dos escontros (in) esperados. sem desespero. que me possibilita sentir o cheiro do seu carinho a quilômetros de distância e te querer, sempre sereno (a) perto de mim completando seu próprio espaço e me trazendo a paz tão almejada. paz que pode ser ouvida por mim de longe porém eu prefiro (quero) bem de perto, não somando mas multiplicando e me ensinando, deixando faltar tudo o que escurece e amargura, me enchendo de verdade e paixão.

isso (tudo) era pra dizer da paz na mesma frequência.

antes que seja tarde.

21 de julho de 2010

Comigo me Desavim

"Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor, da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?"

(Sá Miranda)

19 de julho de 2010

a facilidade deve ser demasiada pra você, que possui agora esse deleite, todo preparado pro seu bem estar, adornado de doçura e carinho (não) recíprocos.
cheia de noites frias e quentes, rezando pra dormir e não acordar, escuto o som do relógio e sonho em um dia não precisar mais esperar por tudo virar, por ser igual, equalizado. ou por quando a doçura vai se esvair por aí, distribuindo-se involuntáriamente a quem precisa (como você, como eu) e se desperdiçar, sendo que (está) poderia ser canalizada justamente a quem merece (você).
ela não precisa mais ser válvula de escape de almas vazias, ou repletas de solidão e abandono, agora é hora de carinho, de amor e de receber tudo o que já depositou em corações frios.
e deve estar correndo por uma estrada sem fim atrás disso. felicidade.

16 de junho de 2010

13/06/2010

um dia após o almejado por algumas almas falsamente repletas de algo que nem sei se existe, fogem as palavras certas (ou não), pra descrever a tamanha sensação de paz que traz ao rosto a luz e o sorriso perdidos por um tempo, mesmo aliados à incerteza da certeza de gostar.
o não saber, recheado de carinho, acalma o coração e adoça a vida, assim como foi desejado e passado ao universo. este, conspira a favor e mesmo que não queira, flui no ritmo de corpos em perfeita harmonia, funcionando com serenidade.
traz o calor solicitado, a transcendência dos momentos (únicos e) pertencentes a corações novos e machucados, recuperados, doces e abertos à sinceridade.
analisando com a calma adquirida nesse novo ciclo, há a certeza de ser bom demais e a busca (deliciosa e) de pouco em pouco da almejada VERDADE.

assim, acordaram a doçura.

12 de junho de 2010

12 de junho.

dia do beagle na França, independência na Rússia e Filipinas, dia do Correio Aéreo Nacional, do Enxadrista em SP, entre tantos outros mil fatos importantíssimos e impossível não mencionar esse dia em que todo mundo tem o direito de ser extra carinhoso e até exagerado (leia-se brega), de comprar presentes e acordar com dor de barriga de nervoso, de estar feliz por não "ser só"...e pra outros, um dia terrível, triste... dia de comer até explodir (e explodir o cartão de crédito - mulheres), de chorar e se perguntar incessantemente o porquê da "solidão".enfim.. Dia dos Namorados =)parabéns pra quem tem alguém que te faz rir o tempo todo, que te traz PAZ intensa, que te faz parecer que vai explodir de tanta felicidade, que te faz suspirar, que se enfia de baixo de edredons e "perde" dias inteiros repetindo filmes preferidos, que cozinha pra você, que tem a mão de encaixe perfeito, que encaixa perfeitamente com você, que tem alguém com quem fazer amor e não simplesmente sexo casual, que te lembra explicitamente ou não, que você é bom pra ele (a) e que é essencial pra a felicidade do cara ou da moça, que te aparece com as surpresas mais deliciosas do mundo, que te olha minutos inteiros sorrindo sem dizer nada e que depois pega seu rosto com as duas mãos e te beija, beija muito e te faz jurar que aquele beijo foi feito sob encomenda pra você, que cabe na mesma cama e travesseiro que você (e quanto menor, melhor), ai... que te faz suspirar todos os dias como se fossem o primeiro de tudo...PARABÉNS pra quem tem tudo isso (com ou) sem rótulos, amarras e tradições...e que tem plena consciência de que vocês podem comemorar não só nesse dia 12, mas nos 12 dias 12 durante um ano inteiro, ou simplesmente TODOS os dias. =)

18 de abril de 2010

ce-do-ce

vontade. poderia desenrolar da coberta quente e varar a noite fria pra encaixar meus elos nos seus, mesmo que o céu já esteja soldado.
seria tão, tão forte, como o que revira aqui dentro em flashes durante o dia e permanece à noite sólido e lúcido, congelando e queimando.
desejaria olhar por toda estação pros seus olhos, de um pro outro, do outro pro primeiro descobrindo a cada segundo um novo ponto de doçura nunca visto antes, justamente pelo sentimento se modificar e germinar um poquinho mais a cada noite (distante) com a maior serenidade que existiu nos últimos dias.
almejaria a presença constante e a profundidade (e transcendência) do beijo mais iluminado que as bocas provaram nas madrugadas regadas a dedicação, homenagens e carinho.
choraria a felicidade mais vazia e incerta do mundo, mesmo que doesse o aperto na garganta (e no peito), por lembrar o quão parecida é a serenidade de polos opostos e amor semelhante.
os paralelepípedos nunca foram tão leves como agora, nem a vontade tão intensa. o sol nunca havia cumprimentado nem a mente racionalizado toda a doçura.

assim nasceu a primeira flor.

1 de março de 2010

.

recua quando o novo tenta invandir o espaço do antigo. antigo é apelido para auto-respeito, que por sua vez é meio eufemismo para medo absurdo da enchente de luz e sombra.
o painel faz rir em dobro, absurdos objetos espalhados misturam-se em pernas e peles macias, tecidos aquecidos e a selvageria mais profunda e delicada.
antigo. respeito. diferença. novo enredo de um conto áspero e boca profunda, capaz de afogar o mais experiente marinheiro, mesmo que munido de espirais douradas até os dentes.
o afago mais transcedental-momentâneo e apromessa mais efusiva e sem fundamento. talvez igual as outras porém mais densa, capaz de marejar em poucos segundos, com poucas (ou nada de) palavras os mais doces caleidoscópios de mel.
o peito pede (nova) vida, os olhos desrespeito, mas sucumbem ao couro transparente do combate ao doentio.
é covardia, mas apesar da fixação por minutos, já foi exilado desse país...


(21/01/2010)