28 de abril de 2011

old dances.

sentada no granito caro e frio, não me sinto no direito de encher o peito de angústia porque a culpa não é dele... na verdade ele é bom pra mim. cuida na medida em que a virilidade dele permite e há muito ninguém me fazia massagem, nem carinho no cabelo.
e eu me encho de culpa na cama dele e mais ainda quando ele me abraça e dorme pesado. mas a culpa não é dele, nem minha. o verdadeiro culpado deve estar na mesma situação que nós, porém com menos angústia que eu e menos hombridade que ele (muito menos).
ele me quer quando quer, e eu prefiro assim, prefiro o jeito novo que ele tem de me beijar respirando fundo, falando com a boca colada na minha, e do jeito dele de se interessar pelas maluquices que eu não filtro pra falar. na verdade achei que só uma pessoa pra sempre tentaria entender, mas descobri outras milhares que se pegam tanto quanto ou mais intrigadas que eu.
eu prefiro o jeito raso dele de concluir minhas loucuras com gargalhadas e mordidas.
ele cresceu, não muito, mas cresceu diminuindo alguém maior e assim me alivia, me dá espaço no peito ainda pra toda a falta ou excesso de pudor e responsabilidade que eu possa ter.
tá bem, tudo bem... e assim vai ficando bem mesmo, porque eu não estaria lá há tanto tempo se a culpa fosse tão grande assim.

ainda quero o chão gelado, o braço do sofá, a barba, o sol e o carinho espontâneo de quem brinca com fogo na maior suavidade.

21 de abril de 2011

17.04

O homem mais bonito do mundo perdeu esse posto, acabei achando algumas imperfeições que deixaram esse cara mais humano e consequentemente, mais atraente.
Ele tem problemas com o espaço que fica entre nós no sofá e por isso tá sempre bem por perto.
E eu nem achava os beijos dele grande coisa, ou então, preferia só achar que não combinava com o meu ritmo, mas ele acabou pegando isso e agora é ás vezes, viciante.
Essa história de deslizar pra fora da casa dele tem persistido, mas em compensação, quando entro ultimamente demoro a sair, só saio quando entro na minha casa.
Ás vezes me pego parada, olhado pra cima enquanto ele fala grosso com os amigos sobre qualquer coisa e tenho vontade de lamber cada milímetro de sol que mora na pele dele. Apesar de eu ter consciência da minha síndrome de sequestrada, de repente tenho vontade de consentir com os desejos dele de ficar colado comigo no escuro por horas, por exemplo.
Pros domingos, eu poderia querer sempre o sofá branco com ele deitado e me encaixar no espaço que ele me dá. Eu gosto dessa coisa de pele. E do contraste. E do calor. Do meu cabelo na barba dele. Do cabelo liso dele nos meus dedos. Da mão dele em mim. Da minha cabeça apoiada no braço dele. Da boca dele no meu pescoço. Da minha mão no rosto dele. Dele na minha mão e assim vai...