29 de março de 2012

Facilmente ela vem, facilmente ela vai.

Pela janela do carro eu sentia o cheiro do desodorante de sempre.
Esses capítulos protagonizados por homens mais bonitos do mundo, me enchiam de resistência (e cansaço). O pior foi descobrir tardiamente que ele era um desses, mais de vinte e quatro horas depois, com ele dormindo profundamente. Esses eram os mais difíceis e irresistíveis, mas daquela vez: não.
As músicas dele eram ainda mais sentimentais que as minhas, que a cada dia adquirem mais malemolência e menos preocupação, entrando em colisão com o temperamento seco e a boca parada dele.
Minha cabeça projetava durante o dia, nas horas de cuca fresca, imagens de nós dois. Deliciosas, recheadas de som, beijos, almofadas, janelas, conforto e tranquilidade.
Não precisava (nem tentar) predefinir a personalidade, nem nada mais profundo.
A pele também sente.