18 de abril de 2010

ce-do-ce

vontade. poderia desenrolar da coberta quente e varar a noite fria pra encaixar meus elos nos seus, mesmo que o céu já esteja soldado.
seria tão, tão forte, como o que revira aqui dentro em flashes durante o dia e permanece à noite sólido e lúcido, congelando e queimando.
desejaria olhar por toda estação pros seus olhos, de um pro outro, do outro pro primeiro descobrindo a cada segundo um novo ponto de doçura nunca visto antes, justamente pelo sentimento se modificar e germinar um poquinho mais a cada noite (distante) com a maior serenidade que existiu nos últimos dias.
almejaria a presença constante e a profundidade (e transcendência) do beijo mais iluminado que as bocas provaram nas madrugadas regadas a dedicação, homenagens e carinho.
choraria a felicidade mais vazia e incerta do mundo, mesmo que doesse o aperto na garganta (e no peito), por lembrar o quão parecida é a serenidade de polos opostos e amor semelhante.
os paralelepípedos nunca foram tão leves como agora, nem a vontade tão intensa. o sol nunca havia cumprimentado nem a mente racionalizado toda a doçura.

assim nasceu a primeira flor.