28 de abril de 2011

old dances.

sentada no granito caro e frio, não me sinto no direito de encher o peito de angústia porque a culpa não é dele... na verdade ele é bom pra mim. cuida na medida em que a virilidade dele permite e há muito ninguém me fazia massagem, nem carinho no cabelo.
e eu me encho de culpa na cama dele e mais ainda quando ele me abraça e dorme pesado. mas a culpa não é dele, nem minha. o verdadeiro culpado deve estar na mesma situação que nós, porém com menos angústia que eu e menos hombridade que ele (muito menos).
ele me quer quando quer, e eu prefiro assim, prefiro o jeito novo que ele tem de me beijar respirando fundo, falando com a boca colada na minha, e do jeito dele de se interessar pelas maluquices que eu não filtro pra falar. na verdade achei que só uma pessoa pra sempre tentaria entender, mas descobri outras milhares que se pegam tanto quanto ou mais intrigadas que eu.
eu prefiro o jeito raso dele de concluir minhas loucuras com gargalhadas e mordidas.
ele cresceu, não muito, mas cresceu diminuindo alguém maior e assim me alivia, me dá espaço no peito ainda pra toda a falta ou excesso de pudor e responsabilidade que eu possa ter.
tá bem, tudo bem... e assim vai ficando bem mesmo, porque eu não estaria lá há tanto tempo se a culpa fosse tão grande assim.

ainda quero o chão gelado, o braço do sofá, a barba, o sol e o carinho espontâneo de quem brinca com fogo na maior suavidade.

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