21 de setembro de 2010

insuportável.

preciso decidir mil coisas, ligar, marcar, comparecer, tirar "Imagine" na flauta, voltar pro inglês, fazer outra língua, voltar a estudar, cuidar mais de mim, decidir mais, mais e mais coisas que me dão repulsa só de pensar...
a gente dorme cada um pra um lado, com o mesmo cheiro no cabelo e os pés grudados... às vezes eu não durmo, faço xixi trezentas mil vezes apesar de poder passar dois dias sem fazer, chuto uns chinelos, abaixo o volume do filme porque você começa a se mexer acordando. lembra quando eu não te deixava dormir? você dormia assim mesmo e eu agonizava quietinha do seu lado, ficava te reparando, encantada...
já não reparo mais, já quero que você descanse porque eu tô muito cansada de mim, quero que você desligue desse meu mundinho "lindo" e invejado, no qual só você entra e se molha e se machuca e me ama.
o pior de tudo é que eu te amo mais a cada dia, que enquanto você respira fundo, deita na minha barriga coçando a barba e me olha por dentro, eu queria te mandar pra longe desse mundinho de merda. mas como? quando eu penso nisso não consigo imaginar meus intervalos da rotina, como já te disse, sem te ligar entre um horário e outro do trabalho, sem suas ligações todo dia bem tarde contando o que cozinhou.
e isso dói fundo.
queria te jogar fora desse barco o mais rápido possível, antes que ele transborde e te deixei isso claro, mas você fala no meu ouvido com uma voz de quem não tem medo de perder nada, que você vai até o fim, que nós dois somos um e tem coragem ou prazer em beijar meu rosto molhado e minha boca salgada.
como não ver os programas de domingo, com o comentarista pessoal mais ácido e intolerante de todos os tempos.
ás vezes quero te abraçar grudando em você, quero ser atriz e forte nessa hora pra te dizer que não te amo mais... mas nessa hora te digo que você é o melhor e quero fazer amor com você e quero te jurar todos os meus sentimentos e o ruim é que você concorda com tudo o que eu desejo pra nós.
e eu me sinto tão só, tão coadjuvante na sua vida e na vida dos outros, mas você começa com planos milionários e deu pra me incluir neles agora, ainda me pergunta o que eu acho de morar em ilhas e dar a volta ao mundo com você mesmo podendo ter a mulher que quisesse.
meu amor é tão grande, que queria te jogar pra longe de mim, queria mudar de estado, quem sabe de país, mas não me vejo sem você e acabo pensando em ir mas com a condição de irmos nós dois, sem nada... apenas com os anseios que temos e que são tão simétricos.
e quando eu penso em não fazer mais nada, você me leva pra um fim de semana longe de casa e de tudo o que nos rodeia, pra arejar e ganhar todo o carinho que você pode me dar e eu desconheço.
e aí eu percebo que preciso daquele abraço por trás, entrelaçando as mãos e respirando forte e quente na minha nuca, mostrando que estamos vivos e perguntando: "tá com sono, amor?" e raramente eu estou.
geralmente, quero que você me esqueça e me esquente mas eu amo tanto, que estou querendo arriscar uma última vez.

Um comentário:

Fernanda Fassarella disse...

ei, Ana! vim retribuir sua visita e encontrei maravilhas. já li mil dos seus textos, vou escrever em um monte ainda. você diz as coisas de um jeito tão bonito e intenso que eu fico aqui morrendo de vontade de me apaixonar de novo por alguém. adorei tudo. beijo!