16 de setembro de 2010

16/09/10

é aquela menina? coitada, tão magrinha... é ela mesmo? é sim. tem certeza? É sim, a filha daquela moça. não! a filha daquela moça é uns anos mais jovem. é ela sim... tá com uns ossos aparecendo, andando devagar, parece que perdeu o brilho que tinha desde a última vez em que apareceu. é, pode ser... o sorriso parece o mesmo, pelo menos por fora e o cabelo continua bonito, mas acho que não é ela, não...


[ás vezes a pegam flutuando em câmera lenta por curtos corredores ou escadas, mas já sabem o que fazer. a pegam no colo com cuidado, secam suas olheiras, massageiam-lhe a alma, quando podem... e se esforçam pra alimentar seu coração. que como numa projeção, parece atrofiado mas ela sabe que ele cresce independentemente da forma como agem em relação à ela, porém, quem está de fora vê apenas a projeção da atrofia e da fraqueza.]


mas não, é ela mesma. eu a conheci ainda pequena e ela sempre apagou suas luzes por uns períodos. talvez pra não chamar atenção, pra não despertar sentimentos amargos ou somente pra adormecer mesmo. e eu me lembro dela incandescer a cada despertar desses, ás vezes ela (ou não) prolonga esse blackout, mas vocês vão ver, é ela mesma! a filha daquela moça, aquela que brilhava...

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