15 de outubro de 2010

a esperança também cansou.

desde quando o amor cura tudo? o amor próprio pode ser que sim, mas o amor solto só consegue ser mais escuro.

[levante, mulher! faça uma maquiagem de rosto e alma, suba num salto que é pra parecer superior e desinteressada pelo mundo e pelos problemas.]

o amor solto faz coisas como sorrir sem vontade pra ver o outro melhor (e é bonito), te faz meio livre, te espera horas por consultas chatas, faz amor com emoção mesmo no momento incerto, aceita silêncio, aceita apatia, aceita limites até eles sucumbirem à raiva de algo impalpável, quer teste, quer ver até onde dá, quer abraços forçados, quer, quer, quer, sempre dos dois lados.

[mulher! você vai perder tudo o que conquistou se não vestir uma boa lingerie e não passar um rímel nesses cílios que é pra "levantar o olhar". seu homem vai encontrar mulheres mais bonitas, animadas e FELIZES, que você! corre, finge que tá tudo perfeito.]

foda-se o destino.

o amor próprio não quer ouvir respirações profundas espirando cansaço, quer até fazer coisas ridículas e faz, mas logo se arrepende, quer se esforçar, quer não ter que se esforçar, quer sair de casa de cara limpa, quer cair no chão de fraqueza e receber um carinho na cabeça que seja, quer dormir acompanhado, às vezes tenta agradar, mas vê que a torre vai ser chutada em seguida, quer ter força, aceita quando não tem, vibra quando tem, tem pouca coisa, aceita o que não merece, corre atrás do que merece.
amanhã são duas décadas e á anos quero sumir um dia antes, mesmo sabendo que quase todas as pessoas vão fazer até o impossível pra ser perfeito.
meu sonho era que elas esquecessem, pela minha falta de ser e estar.
mas eu mesma dou um jeito de esquecer e bato palmas como se fosse pra outra pessoa presente. tenho até vontade de chorar quando vejo tudo o que pessoas especiais fazem por mim.
esse ano não sei se as lágrimas vão acontecer antes de dormir. se pudesse, previa tudo o que de feio e frio vou poder sentir amanhã, sumiria e reapareceria querendo um abraço de mãe. só ela abraça com tanta verdade.

[mas me alivia pensar que não preciso do rímel, nem da lingerie amanhã, porque quem vai estar do meu lado, me vê transparente, quem não sabe, nem imagina e quem não quer ver que vende os olhos, só amanhã...

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