16 de novembro de 2010

manias.

a primeira sensação é de desespero. mas logo aceito tentar dormir com uma dose (bem) menor.
tento ler, mas Chico me dá vertigem, não tem mais Sidney e Marcelo tá lá em cima. ligo porque essa hora a gente sempre liga... e nada. "o tédio faz nossa mente entrar em parafuso e não dá pra falar nada." nada mesmo.
mas o nada já é alguma coisa e á partir do momento em que ele pronunciou: nada, eu explodi a parede que estava me bloqueando, assim como minha mãe entrando no quarto me fazendo pular da cama, só pra me lembrar de ligar pra minha dentista.
na verdade, como um milagre, voltei à minha rotina preferida: trabalhar com vontade, comer tudo certinho quando dá, cuidar de uma anemia que quis me assustar, escrever, ler com os joelhos na parede gelada, dormir com a cara nos livros e com as luzes acesas, ir todo o fim de semana pros mesmos botecos e rir até dar dor de barriga e à praia quando dá sol, voltar pra ginástica toda semana com minha mãe me empurrando, sentir a energia das pessoas e dos lugares, dormir as tardes de domingo com meu amado, dormir as noites frias com ele esquentando a casa e puxando o edredom todo, vendo filmes que não interessam a quase ninguém, lendo suspenses e romances e biografias ao mesmo tempo, aprendendo muito e querendo escrever sobre tudo em volta, sem dor, sem choro, fácil e com felicidade.

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