8 de dezembro de 2011

Analogia.

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Quando eu era pequena, ás vezes levavam algum cachorro meu embora por qualquer motivo e sempre eram levados pra sítios. Sítios de amigos, nos quais eu poderia visitá-los quando quisesse pra matar a saudade. Nunca vi nenhum deles depois de partirem.
Era uma forma doce de me enganar, eram meus cachorros com problemas, que não conseguiam viver aqui dentro de casa ou comprometiam qualquer coisa, atrapalhando a convivência.
Não doía. Até hoje imagino que foram bem tratados nos sítios.

Os cachorros estão para o amor, assim como o amor está para os cachorros.
Ambos foram embora, porém, os cachorros não me machucaram hora nenhuma, nem mentiram pra mim.

17 de outubro de 2011

23/07/10 - o que eu queria dizer agora:

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abertura, ou verdade. se eu não posso me mostrar por inteira, do avesso, transparente, crua e elaborada, do jeito que eu "for"... nunca serei eu mesma. tudo depende da forma como o outro lida com o amor. eu sou amor puro e simples, carregado de outros sentimentos coadjuvantes mas não menos importantes que ele, não quero complemento, quero soma e mais ainda, multiplicação. quero sentimento exposto, vísceras à mostra, no mais transparente traje da verdade que existir. não quero privação, teatro, folclore...
quero poder mergulhar e sentir o frio que a profundeza traz, seguido de tudo o que há de lindo lá em baixo... quero enxegar com clareza.
preciso de experiências do passado porém isoladas do que amargurou, alma limpa...melhor, nova.
pronta pra receber tudo o que a esvaziou há muito tempo. quero dois na mesma cama, olhos fechados involuntariamente e abertos por um simples querer enxergar no fundo, o que realmente vale a pena.
quero progresso e não regressão, cuidado, carinho, proteção... esse tipo de atitude necesita ser recíproca pra que brilhe cada vez mais...
não me envergonho de ser só sentimento, basta saber quem tem coragem de acompanhar, quem pode, quem aguenta...e quando aguenta é maravilhoso entrar na mesma frequência.

mais, mais, mais....


(achei esse texto perdido e postei, já que não consigo expelir o sentimento da mesma forma que nessa época!)

2 de outubro de 2011

o acerto:

contraditório, mas o acerto foi triste.
enquanto ele passava pela porta (saindo) com todo aquele tamanho de novo homem mais bonito do mundo, eu me encolhia num canto me sentindo a menor mulher do mesmo. isso durou segundos, enquanto a beleza irresistível dele ia embora na mesma rapidez em que eu juntava tudo pra passar pela porta também.
é incrível como a beleza física pode acabar em milésimos quando o dono é tão feio por dentro. o que tinha de lindo, se transformou em o que tem de covarde, o que tinha de inteligente, se tornou no que tem de vazio.
e enquanto eu prendia o cabelo e respirava fundo, cada expiração minha exalava mais coragem e mais certeza de que aquele golpe, mesmo parecendo auto-dilaceração, me fazia crescer e crescer, até ficar maior que o cara, até passar pela última porta e dar um adeus arrebatador, desses dos quais não se obtém resposta.
não foi a primeira vez, mas fiquei orgulhosa de mim, foi o mais triste e satisfatório ato de AUTO-RESPEITO.

1 de outubro de 2011

o estrago:

quando ele me olha com aqueles olhos de pedinte, eu não consigo contradizer nada que ele diga, nem as bobeiras. ele pode falar e assim começa um novo ciclo de homem mais bonito do mundo. me emociona ver o cara comer uma uva, cena linda, coisa de filme de cineasta europeu que nego paga pau, fotografia perfeita, cores perfeitas e aquele cabelo liso caindo na cara de criança. derreto.
eu sou tratada como uma princesa, "você faz eu me sentir uma delícia", a respiração do novo homem mais bonito do mundo, agora em versão colorida, me dá vontade de beijar a mim mesma. e ele concorda, me faz ir escorrendo pelo chão e esperando ele vir junto com aquele tamanho de homem forte, que nasceu assim. tudo o que você disser, sim. até o que sai da boca dele é gostoso e inevitável de não ser aceito.
eu que já tenho um fraco por sofá, só aumento meu vício, principalmente quando ele é completamente preenchido. "eu gosto de espaços pequenos e totalmente ocupados", "eu adoro seu espaço", depois que ele usa umas expressões inacreditáveis não tem mais jeito, game over.
até porque ele é um universo paralelo que faz esquecer as chatices do resto do dia, "você não confia em mim, né?", não, mas o resto todo, sim.

19 de setembro de 2011

Numa boa...

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Foram as cores, na verdade, que me colocaram pra pensar.
Não precisava ser a minha cor preferida. Enfim, consegui voltar a escrever com dor de cabeça, cansada e com a folha deitada, fato inédito.
Mas aquelas cores, porque não é só uma, me tiraram da zoninha de conforto medíocre em que eu me meti. A única tristeza é saber que o medo que eu acabei de vencer, o aterroriza. E eu cansei de ser mais corajosa que. Tenho coragem por mim e me basta. Cansei do medo e das pessoas que o carregam.
A sorte dele são as cores que nasceram com ele, minhas cores queridas, que me fazem derreter. Não basta um homem ser um homem, ele tem que ter as cores certas e só vale se já nasce assim.

Ele tem, também quero ter.
Dificilmente desejo ter alguma coisa, geralmente elas estão vivas e quanto mais omissas, mais me movem e mais quero tê-las, zelar e mantê-las lindas e mais vivas.

Incerto, parece profundo mas não é. Parece difícil mas não deve ser. Quem quiser apostar, rezar, tentar atrapalhar, sinta-se à vontade.
Eu só quero esperar seguindo esse fluxo colorido.

7 de setembro de 2011

Detesto descobrir as pessoas depois de elas irem embora, quero conhecê-las enquanto elas estão.
No mais, a culpa não é minha... é do senhor de todas as coisas, quem decide é ele e ponto final.
Enquanto isso, coloco minhas próprias reticências e vivo na suavidade que criei dentro do peito.

28 de agosto de 2011

Pena.

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Mulheres boas só sofrem por caras maus. Triste fato que acontece muito na vida das melhores mulheres do mundo. Falta hombridade nesses homens tão pequenos pra libertar os corações aflitos de mulheres que ainda estão cegas, mas sabem que merecem o ouro do fim do arco-íris.

No seu caso, é pior ainda. Te falta tudo o que um homem precisa ser e ter pra ser um homem de verdade. Hombridade não é nada perto do mínimo que se podia ser pensado e repensado antes de machucar alguém. Me disseram que é coisa de psicopata, me disseram que é pra eu ter pena.
Não tenho pena, nem medo de psicopatas do amor... só me fervem o peito e os olhos, ver tanta maldade e selvageria com algo que é tão bonito e puro, como isso que mora aqui dentro.

Você não sabe quem é você, nem quem quer ser e muito menos o que quer. Não tenho pena e não vou ter até o dia em que não sobrar nenhum tipo de sentimento.

25 de agosto de 2011

A mulher mais forte do mundo.

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Enquanto há minutos atrás, eu cravava minhas unhas douradas num ombro dela e molhava o outro, ela me dizia que nunca havia conhecido uma mulher tão jovem e tão corajosa como eu.
Que no meu lugar, outras pessoas não segurariam a barra, não meteriam a cara pra saber se é bom, como eu faço. Que talvez eu me cobre demais, porque sou muito mais do que isso tudo o que eu penso, que eu sou mais que o mais.
Será que só a mulher mais forte do mundo consegue me enxergar desse jeito? De qualquer forma, estou orgulhosa de mim, ninguém sabe mais do meu ser do que ela.

21 de agosto de 2011

desabafo.

Foi até engraçado você me dizendo que não precisava segurar a onda agora, que eu podia extravasar e mostrar explícito meu sentimento (como eu sempre fiz) e eu ouvir aquilo sem dizer nada. Agora eu digo, que foi no MÍNIMO engraçado. Quanta hipocrisia e tristeza. Você trocando de lado comigo, querendo ser o coração e me dando a mente... Eu não quero! Não mais!
Mesmo que eu desejasse mais que tudo nesse dia, estar com você debaixo das cobertas, com a cachorra vendo um filme nada a ver e achando lindo, eu estaria. Eu não estaria porque você não é você, porque eu já disse que você não entende nada de ser alguém ou alguma coisa pro mundo.
Você só espera, sem fazer por onde, que a recompensa por nada que você faz caia no seu colo.

A minha dor no pescoço vai embora junto com todo sentimento depositado nesse texto e nos seus ouvidos. 

15 de agosto de 2011

Por: Bernardo.

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Em conversa sobre o último texto...



"Você é o SOL.
Sinta-se importante
Deixa ela ser o MI
E sinta DÓ pelo que ela FÁz"
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O Bê é super querido e escreve aqui: http://thinkingsquirrel.wordpress.com/

14 de agosto de 2011

zzzzz....

... e de repente ela grita ao telefone com aquela voz esganiçada que a maioria das pessoas carentes, más e histéricas tem.
Na hora, além da dor na mente, vieram vários machucados e raiva. Mas depois tive algum tipo de compaixão involuntária e sinto pena da pequena má.

Não se usam mais de duas letras pra descrevê-la, não se faz necessário, MÁ e ponto (.)

E eu continuo lá sentada, na dúvida de se sou masoquista e gosto que enfiem o dedo nas minhas feridas abertas, ou se sou só boa demais pra cortar o pseudo-psicológico-cordão umbilical que foi criado por mil tabus.
Talvez ela precise de um pouco da minha energia para realizar seus feitos e só.

SÓ e MÁ.

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ps: Cuidado ao julgarem a pessoa a que se refere o texto, porque pode haver confusão e trocas.

8 de agosto de 2011

Narciso-indeciso;

Essa barba que você tem, com esses olhos pequenos, quase me fazem esquecer que é tudo máscara pra um ser humano frágil e recém-nascido. Tive, tenho... vontade de te esconder de tudo o que é mau no mundo, porque no fundo (ou pode ser só aquela minha bondade) você é uma densidade de sentimentos lindos e horrorosos, como todos nós.
E essa casca de ferro não combina com você, talvez convença á algumas mulheres, alguns amigos... mas quando você me olha com a cara cansada e os olhos vermelhos, não acredito de jeito nenhum nesse mundo paralelo que as pessoas como você criam pra "sobreviver".
Se eu não tivesse me metido nessa mescla toda de cuidado e carinho, tentaria algo pra te acordar, talvez você acorde por pessoas que usufruem de você, achando que é recíproco... mas dessa forma o tempo se estende e eu queria tanto que acabasse logo.
Pode ser divertido isso tudo, pode ser agora e depois, bem depois... mas na minha mínima experiência, sei que passa e quando passa machuca mais que a falta de ser e ter agora.
Só não consigo te mostrar isso tudo, porque você anda bem ocupado com máscaras, cascas e (des) ilusões momentâneas que só pioram na insistência de viver como a maioria.
Ainda te mostro, com todos os detalhes isso tudo.

ps: O título é de um conto de Miguel Marvilla

7 de agosto de 2011

Coisa de bobo.

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Ás vezes me sinto uma boba perto de tanta gente "esperta" (eufemismo pra MÁ), mas logo me lembro que tenho muita gente boba do meu lado me protegendo. Tô com medo, um medo enorme, mas que não é maior que eu.

4 de agosto de 2011

último romance...

...último?! Não faço ideia. Começou há uns quatro anos, quem tiver paciência e curiosidade pode até achar várias coisas sobre ele aqui nesse blog.
Mas mudou e muito. Mudou de um mês pra cá. Amigos perguntaram, alguns choraram, arrancaram os cabelos, teve gente que não acreditou e tem gente que ainda não acredita.

Mas tudo aconteceu quando ele não tinha mais fé nessas coisas do coração... e nem em mim, foi um encontro ao acaso e por acaso, num lugar que já nos marcou antes.
E tudo aconteceu quando eu já estava exausta.. morta de cansaço amoroso, não queria mais me preocupar com isso. E acabei descobrindo o elo entre essa coisa toda. Ele me cuida. Eu cuido dele.
Ele se preocupa comigo mais que eu com ele... até hoje não sabia que era tão gostoso ser cuidada.
Eu me sinto segura e protegida, ele se sente coberto de carinho e todo esse sentir é verdade.

E aceitar isso tudo? É bem novo pra mim, mas não pra ele e se ele gosta, eu gosto também... se eu vou, ele vem junto aonde for. Se esperar esses anos foi doído pra ser feliz agora, aqui estou eu, mundão! Recebendo o que eu mereço há tanto!

Foco na felicidade! E se a inveja tem sono leve, que tome um rivotril!

2 de agosto de 2011

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Há quanto tempo eu não me apoiava sem medo em alguém que sempre está posicionado a me segurar...talvez eu precise disso, alguém que não me deixe cair, ou talvez esteja mais apaixonada.
Mas essa coisa de se jogar e ser abraçada forte (entre outros) é boa demais...

29 de julho de 2011

Grande Botafoguense!...

...Foi a frase que estragou soprando minha nuvem de pensamentos! E eu nem gosto do botafogo...
eu espero uma amiga ligar, mora longe mas nem tanto...o dia é que está demorando a passar mesmo. Frio. Granito frio e eu escolho rolar no tapete com o cachorro da casa.

Passo a mão no cachorro e parece que a palma é feita também de pêlos, só sinto a ponta dos dedos.
O cachorro deita na altura dos meus quadris e cheira a minha barriga,logo, seguro o focinho dele.

Faço o trajeto da sala de gente sofredora e venho pro quarto escrever, sozinha. As pessoas aqui ou são felizes ou tristes demais... todos tem extremos assombrosos e eu nessa película de bolha de sabão. E agora...
Achei esse computador e teclo cada letra a cada três segundos, o quarto gira em volta de mim, acho que foi alguma coisa deliciosa aqui do país das maravilhas em que eu estou.

"É Alice!", grita uma criança na varanda e eu não acreditei na coincidência...não quero que ninguém entre aqui mas passo as palmas da mão no teclado quente e meu rosto esquenta também.

Muita bagagem, pra pouco caminhão...Fé em deus e pé na tábua!

17 de julho de 2011

Game over.

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Nem sei por que ser, ou a falta de ser assim. Você chora quando eu te ligo pra saber como estão as coisas mas eu choro só de olhar dentro do seu olho claro, cheio de nuvens carregadas de silêncio e choro por mim e por você.
Isso é falta de ser, privação de várias coisas lindas que não necessitam de rótulos.
Eu saí.
Bem arrumada depois de tanto tempo "jogada as traças" por dentro e por fora e achei que estava arrumada por dentro também. Por fora um vestido curto, um salto alto, uma maquiagem forte...tudo o que a gente sempre abominou juntos. Por dentro o coração esfacelado, sem jeito de colar e os restos apertados... tudo o que eu sempre abominei.
Chamei a atenção de alguns.
Bonitos, fortes, magros, cabelo cortado, cabelo comprido, olhos claros/escuros, bem sucedidos, na merda, limpos, sujos, e em todos eles eu procurei você ou a falta de você... e assim não enxerguei mais nada, achei que alguma coisa estava errada comigo.
Os homens me conhecem, mas depois de alguns minutos soltam um: "nossa, você é louca"... o que eles "eufemizam" ás vezes com: profunda, lírica, romântica, diferente etc...
Mas você enxerga toda essa loucura e ama isso tudo e é nessa hora que eu caio do salto e borro a maquiagem no meio da rua se você quiser, só pra estar do seu lado, debaixo das cobertas fazendo qualquer coisa que você queira. E é nessa hora que eu ligo, porque preciso que você saiba de novo que isso TUDO é verdade. Eu sou de verdade, você tem que saber...eu vivo no mesmo planeta que você e os fortes, magros e toda a merda que circunda.
Eu sei que vai doer ler isso, vai ter gente falando que eu me exponho demais, não tenho vergonha nenhuma, tem gente que vai chorar, outros vão perguntar de quem eu tô falando e eu não dou importância.

Assim como eu entendi algumas coisas que você disse que doeram tanto quanto esse texto, e não tive vergonha, não chorei, não me expus, não fui fraca, eu só te amo e doeu.
Mas tudo passa.. amor, dor, falta, vazio, frio, passa um dia de repente quando a gente menos espera. Eu só não espero pra falar o que eu sinto.

12 de julho de 2011

11/07/2011

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Você me deixou na manhã seguinte ao meu aniversário, sem dó nem piedade. Foi aí onde você realmente me deixou, depois disso foi só busca por paz.
Teria doído menos se não tivesse passado vinte e quatro horas do meu lado e nem aparecido com o livro que eu estava sonhando.
Pra quê? Pra deixar uma última impressão bonita depois da noite catastrófica?

Quase um ano depois ainda dói... não o aniversário - você sabe que eu não acredito em convenções sociais - dói saber que um dia você apareceu com um monte de flores no meu portão, passando por cima do seu orgulho idiota (que é cultivado), da minha família e pela única vez conseguiu me deixar sem palavras.
Conseguiu mostrar sem complexidade e sem falar muito, o quanto sentia por mim, o quanto cuidava do amor valioso que você sabe que mora no meu peito.
Nesse dia, meses antes do aniversário, eu acreditei em tudo o que eu sempre quis pra nós dois, pena que não rendeu até o fim.

Agora você é esse emaranhado denso de dúvidas - das quais você tem completa certeza - e eu sou a leveza que não te faz falta, porque você se habituou a morar nessa caverna angustiante que apaga seus olhos e eu não tenho mais coragem de entrar.

O dia em que essa história lânguida, prostrada esquecer de mim, talvez doa menos meu coração despedaçado, talvez minha mente inteira tome o lugar desse molengo.
Porque pro seu azar... onde minha mente é um quartinho, meu coração é um galpão enorme.

28 de junho de 2011

Eu e eu.

Quarenta e cinco minutos foram jogados no lixo por o amor não ser colocado como prioridade.
Eu, cheia de certeza dentro da cabeça e debaixo dos lençóis, penso estar jogando meu peito fora novamente.
Mas e daí? Se o desgaste do coração significar fazer alguém entender - mesmo que em anos - o quanto vale tudo isso, posso dilacerar o mesmo.
Se passar três dias perfeitos juntos quiser dizer - um dia depois - que devo me sentir com cem quilos de coração preso numa caixa, aqui estou, pronta pra livrar o coitado com todas as minhas forças.
Não sei de onde ando tirando essa força, talvez ela estivesse sempre aqui. Talvez eu não tenha gritado tão alto comigo mesma - como agora - pra acordá-la... ela que hibernou tanto tempo aqui dentro.
Do dinheiro, não faço questão... mas a paz eu gostaria que fosse devolvida. Porque por essa sim tive dificuldades, sofri, lutei e agora me pertence... pelo menos nesse ponto o qual dirijo a mim mesma.

Estou sozinha no fim da catástrofe, mas tenho a mim e eu me basto.

20 de junho de 2011

cinco ligações, muitas perguntas e nenhum encontro.

Prefiro escrever sobre outro, antes de você. Mas como você vem antes do outro, a caneta só fica no papel se for sobre você.

Mesmo que tenha menos importância, menos sentimento e mais auto-estima, vou entrar no carro desejando que o espaço do meu lado do carro fosse seu.
Você sempre deixou um canto vazio, mesmo quando "estava" presente e ainda deixa, porque esse é você e por mais que eu lecione sobre atitudes e paixão, seu tempo vai chegar...e seu vazio se concretizar.
E a praia, as loucuras, cantorias e colchonetes não vão ser os mesmos sem você. Porque ao contrário de você, só depois de tanto tempo estou indo sozinha pra longe de casa.
Talvez você seja mais forte que eu, ou eu seja mais inteligente que você... mas se nós trocássemos de lugar, eu me sentiria um homem cercado de vazios agora.

Conclusão: estou sem medo; sei que te coloco no bolso em questão de conteúdo e essência... mas ainda existe amor; só não existem provas.
E assim vou pra longe de casa desejando sua proteção que não é das mais presentes, mas é o máximo que tive até agora e deixo um beijo, talvez um abraço apertado e talvez sua cabeça a mil.

15 de junho de 2011

o amor da gente é como um grão..

Era dia dos namorados e pela quarta vez ela não tinha um. No ano anterior ela escreveu um texto lindo, mas sem propósito, sobre o amor. Todos elogiaram.
Esse ano, ela rodopiou num pé só e caiu deitada de barriga pra cima no sofá, com um sorriso de boca inteira.
Sem namorado, sem "presente", sem lingerie de renda nem jantar. Só com o sol batendo de um jeito lindo no rosto e cabelo dourados, que deixavam os quatro olhos quase da mesma cor.
Com mil beijos sem sedução, abraços apertados de polos opostos, gargalhadas e sorrisos.

Podia-se ver tudo no rosto dela: amor, verdade, sardas, cílios louros, vontade... e ele viu.
Ela errou e reparou algumas questões que trouxeram mais paz, sentou num banco de concreto que quebrou o gelo dos dois, que já não conseguem ter segredos, se lembraram do universo de liberdade que imperou durante uma era de paz.

Ela errou, mas acertou ao transformar um beijo em "quase", trazendo a delícia de volta.

(12/06)

"Drão
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura..."

2 de junho de 2011

Rush now, don't explain...

Não te conheço mais. Eu poderia ficar presa numa jaula com você e iria continuar perdida e me sentindo estranha no ninho.
É diferente (e gostoso) acordar um dia, olhar o fio de sol que entra pela cortina e descobrir que o coração só aperta um pouquinho e que qualquer outro colo, ou qualquer outro carinho são mais leves que a dor de antes.
Finalizo esse ciclo (ex) vicioso com vinho francês e queijo, com balões de todas as cores, violino, vento gelado, parques, castelos, olhos claros, urina quente, coração relaxado, erros cômicos, elefantes risonhos e muita esperança de não esperar mais nada além de (tudo) isso.

22/05/2011.

3 de maio de 2011

queria tanto entender!

... e acabei descobrindo que entendo!
você é um amor, pega cerveja na geladeira, levanta da cama pra apagar a luz, não se mexe muito pra eles não acordarem, chega sempre e vai na hora certa, se dá bem com os amigos dele porque você é inteligente, sagaz e tem esse dom de fazer todos rirem, liga ás vezes pra saber como ele está, ama sexo, parece que ele ama com você, não o sufoca, conversa sobre tudo e é sutil, é bonita, se cuida, está sempre cheirosa e se arruma pra ele, vai ao encontro dele e coisas do tipo?

De repente ele está te ignorando? Só liga quando quer? Você está instável e meio maluca?

Você está é certa... acabo de perceber que não sei muita coisa, mas com meu olho clínico e meu excesso de observação percebo a covardia dos homens.
COVARDIA mesmo, com todas as letras, pra quê fazer de boba uma mulher como você? Que não faz nada de errado? Aí está o problema. Não que você deva fazer tudo ao contrário, eles simplesmente tem medo, um medo que eu não entendo e nem quero, de ter que assumir qualquer tipo de coisa que NÃO EXISTE... homens, descompliquem! Na verdade eles é que se acham muito queridos e desejados, justamente pela sua boa vontade e carinho com eles.
E os tais poderiam entender que nós só fazemos esse tipo de coisa, porque somos seres feitos pra cuidar dos outros, seja você de agora, garoto, ou outro que aparecer daqui a dois dias.
Vamos fazer isso por todos, porque somos ótimas! Podemos ser lindas, bem cuidadas, inteligentes e sensíveis e não sentir nada por vocês a não ser proteção e carinho.

Abram esses olhinhos que só servem pra caçar e cuidado com suas meninas tão amáveis... elas podem se cansar como aconteceu comigo há muito, e vocês vão voltar pra suas vidinhas largadas e sem a nossa graça!


E como diria Chico:

"Por isso para o seu bem, ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem!"

28 de abril de 2011

old dances.

sentada no granito caro e frio, não me sinto no direito de encher o peito de angústia porque a culpa não é dele... na verdade ele é bom pra mim. cuida na medida em que a virilidade dele permite e há muito ninguém me fazia massagem, nem carinho no cabelo.
e eu me encho de culpa na cama dele e mais ainda quando ele me abraça e dorme pesado. mas a culpa não é dele, nem minha. o verdadeiro culpado deve estar na mesma situação que nós, porém com menos angústia que eu e menos hombridade que ele (muito menos).
ele me quer quando quer, e eu prefiro assim, prefiro o jeito novo que ele tem de me beijar respirando fundo, falando com a boca colada na minha, e do jeito dele de se interessar pelas maluquices que eu não filtro pra falar. na verdade achei que só uma pessoa pra sempre tentaria entender, mas descobri outras milhares que se pegam tanto quanto ou mais intrigadas que eu.
eu prefiro o jeito raso dele de concluir minhas loucuras com gargalhadas e mordidas.
ele cresceu, não muito, mas cresceu diminuindo alguém maior e assim me alivia, me dá espaço no peito ainda pra toda a falta ou excesso de pudor e responsabilidade que eu possa ter.
tá bem, tudo bem... e assim vai ficando bem mesmo, porque eu não estaria lá há tanto tempo se a culpa fosse tão grande assim.

ainda quero o chão gelado, o braço do sofá, a barba, o sol e o carinho espontâneo de quem brinca com fogo na maior suavidade.

21 de abril de 2011

17.04

O homem mais bonito do mundo perdeu esse posto, acabei achando algumas imperfeições que deixaram esse cara mais humano e consequentemente, mais atraente.
Ele tem problemas com o espaço que fica entre nós no sofá e por isso tá sempre bem por perto.
E eu nem achava os beijos dele grande coisa, ou então, preferia só achar que não combinava com o meu ritmo, mas ele acabou pegando isso e agora é ás vezes, viciante.
Essa história de deslizar pra fora da casa dele tem persistido, mas em compensação, quando entro ultimamente demoro a sair, só saio quando entro na minha casa.
Ás vezes me pego parada, olhado pra cima enquanto ele fala grosso com os amigos sobre qualquer coisa e tenho vontade de lamber cada milímetro de sol que mora na pele dele. Apesar de eu ter consciência da minha síndrome de sequestrada, de repente tenho vontade de consentir com os desejos dele de ficar colado comigo no escuro por horas, por exemplo.
Pros domingos, eu poderia querer sempre o sofá branco com ele deitado e me encaixar no espaço que ele me dá. Eu gosto dessa coisa de pele. E do contraste. E do calor. Do meu cabelo na barba dele. Do cabelo liso dele nos meus dedos. Da mão dele em mim. Da minha cabeça apoiada no braço dele. Da boca dele no meu pescoço. Da minha mão no rosto dele. Dele na minha mão e assim vai...

30 de março de 2011

carnal.

ele é até hoje o homem mais bonito do mundo (passado pela minha vida). a beleza dele nem se encaixa na relatividade do feio/bonito. ele é bonito e ponto.
pensa no que falar, me faz rir o tempo quase todo, parece feito à mão, é correto sexualmente, pega sem machucar, aperta sem arranhar... é satisfatório. não me enlouquece, mas não é egoísta.
nem os pés são feios. já viro a rua de paralelepípedos me preparando pra a overdose de beleza que vem depois de passar pela porta de vidro.
mas ás vezes ele é SÓ bonito. e isso explica o fato do interesse dele por uma mulher sem tantos requintes de genética privilegiada (além de algumas coisas que só dizem respeito à mim, e agora a ele).
e quando ele é SÓ bonito, eu tenho vontade de sair correndo e saio. pego o primeiro ônibus, táxi, até cavalo pra sair do lado desse homem fisicamente perfeito.
ou eu não sou normal, ou só eu de todas as mulheres dele, sou.
quando ele é SÓ bonito, eu tenho vontade de contar pra ele e de dizer: "ei, você é irresistível, mas sem ser exigente.. dá pra ser mais que isso?" e ele vai me achar maluca, afinal ele é o homem mais bonito do mundo, até agora.
tem as pernas mais bonitas, braços e peito fortes e deliciosos de deitar até agora, olha nos olhos, pega pela cintura até agora, tem cabelo e barba lindos.
e mesmo assim, insisto em escorrer pelos braços fortes desse homem e fugir. até agora.

10 de março de 2011

com seus olhinhos infantis, com os olhos de um bandido.

Andei mais de vinte minutos na chuva grossa daquele labirinto. Encontrei. Acertei.
O cara espera. Ele fala baixo e ri o tempo quase todo e eu nem esperava isso. Espera.
O cara sabe o que está fazendo e falando e é gente, ser humano e se orgulha disso. Eu desperto pra isso.
Me dá a mão, se cobre, me morde. Me lembra quem eu sou. Eu amo isso.
Ele é o contrário de mim, mas assim como eu, é o contrário do mundo e diz que "Deus não está numa fase boa com ele", eu rio. Acredito.
O cara é um poço de sinceridade, o cara espera.
Acaba comigo porque a genética resolveu o agraciar com olhos pretos e apertados. E a boca larga. Eu gosto disso desde sempre e gosto que ele espere, ele espera por ele mesmo. Eu fico louca.
O cara é inteligente, usa palavras difíceis e "se faz" de modesto. "Se faz", modo de dizer, ele É. Não finge nada mas sabe que me mata sendo culto e falando sobre tudo o que eu quiser.
Me mata a cada tatuagem que eu descubro e a cada arranhão que eu dou na nova dele.
Me despedaça quando não tira os olhos de mim e mais quando responde que "não consegue tirar".

Acho que ele consegue me ver por dentro e eu fico à vontade.
Pode ser loucura, mas mesmo esperando a tarde toda, o cara me leva embora e me segura pela cintura no meio da rua.

7 de março de 2011

Ótica

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Acabei de ver no espelho a única pessoa que vai morrer comigo. Acabei de descobrir que o coração dela ainda dói a dor da perda, ou como ela diz: "não é perda, é separação." E ela como poucos entende disso.
Ela sabe que é bonita, mas acabou de lembrar. Ficou com esse mérito cinco anos adormecido... hoje, ouvindo os elogios vazios do mundo, ela se lembrou que é atraente e que não é certo poupar seus desejos por mil pudores.
Precisava sentir a garganta arder e disse que sentiu. Precisava ser forte e viver um pedaço ruim que ainda assombrava e viveu em três dias tudo o que perdeu em um ano, falou o que realmente pensava sobre uns e sobre o mundo... com Deus, com uns e com o mundo.
Pediu perdão a si e podem acreditar, ela está leve e fresca, esperando com serenidade - que deseja pra tudo - a calmaria chegar.
Me disse abruptamente que se arrepende de muito, mas que agora, esse muito se transformaria em amor e seria sua redenção.
Ela pode se afastar por quanto tempo quiser, disso eu sei. Dias, anos, mas o mundo ainda a assusta e machuca... sei que ela não entende a maldade alheia, de graça e talvez seja melhor reprovar pra sempre mesmo, mas ela corre até o fim pra não devolver nem inconscientemente a maldade nas mesmas proporções venenosas que lhe é direcionada.
Ela achava que ser inteligente era tudo, mas viu como era muito mais, mais fácil, menos mórbido, mais leve.
Não teve o desrespeito do fim do amor, disse que está suave e espera o NADA. Isso, o nada. Ela só quer ser feliz comigo
.

26 de fevereiro de 2011

a saudade e o pedreiro.

não choro, não ouço músicas tristes, ainda falo de você... até porque todo mundo quer saber onde você está e eu não posso mandar postais pra todos os amigos e parentes dizendo que acabou.
dói, dói, dói... dói como dói nas pessoas mais intensas e apaixonadas, não como dói em você, ou no resto do mundo. não ando lendo Caio Fernando, Vinícius, Neruda, nem um desses amantes amados, ando devorando palavras cruzadas e pintando as paredes que agora parecem sem sentido.
mas é minha vida, meu espaço, meu coração, meu corpo, minha saúde, minha maturidade, minha primeira vez mulher.

aquele tchau rápido e ríspido com seu pai foi uma facada no peito, até deixar a cachorra que vive carinhosa quando eu chego, doeu. você sabe... as carambolas doeram, a grama com cocô de cachorro doeu, os galhos da árvore em que eu tentei me segurar mas não tinha força, doeram, aquele círculo que eu não lembro o nome e estava quente sentada do seu lado, doeu muito.
atravessar minha rua inteira nunca foi tão complicado, tão Via Crúcis... mesmo com a cara molhada e sem vergonha de chorar minha tristeza, a rua toda apareceu: a dona da padaria resolveu jogar os pães fora quando eu passei e me olhou, resolveram limpar uma casa abandonada e me olharam, um pedreiro pensou em me olhar com malícia, mas quando levantei o rosto pra ele, perdeu o rebolado e fixou os olhos pretos dele nos meus, sentiu pena de mim por não saber o porquê daquilo e acabou sendo bonito.

agora é isso, esperar a semana começar pra trabalhar, trabalhar e fazer tudo de novo até que passem essas facadas que pegam o peito desprevenido durante os dias, me esconder nos elevadores e cantos sem câmera se der vontade de chorar e o problema é que o choro já não sai... pesa o peito e a garganta, mas não sai.
não é a primeira vez, nem será a última, mas estou torcendo pra isso tudo passar logo.

18 de fevereiro de 2011

narcóticos e notas fiscais.

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é como se eu estivesse de porre. tudo aflora, menos a noção real dos fatos.

pra que vontade de escutar "eu te amo" todos os dias, se eu coleciono as notas fiscais dos meus bens mais preciosos? pra que sentir falta de carinho, se há anos eu deixei de me preocupar só com a aparência física e cultivo a mente e o bem? não teria porque uma mulher que cuida de quem está do lado como um tesouro, se preocupar em ter atenção e sentir alguém se interessar pelo que ela pensa da vida.

quando estamos à base de qualquer narcótico, perdemos a noção e a dor do que incomoda, ou incomoda mais e muito. e quando sucumbimos à paixão, encobrimos inconscientemente os fatos que nos machucam, fingindo que não somos nem sabemos e nem que o outro é.

quando o calor dela passa, volta a consciência de que precisamos de afeto e de que quase todo homem disputaria a atenção de uma mulher que paga suas contas, é inteligente, boa e sabe quem é.

ao invés de niilismo, é melhor tomar um porre.

25 de janeiro de 2011

é, chegou a hora de cuidar de mim. de mandar dar uma volta a menina que cuida de tudo, que se priva de mundos pra não aborrecer os amores, talvez mande pra sempre... talvez ela não volte mais.
ainda sou só cabeça, uns muitos quilos dela... mais uma boa parte de causas e efeitos, mais angústia, mais algumas dores e perdas e faltas e expectativas não correspondidas á duas décadas.
algum dia isso tudo teria que ir embora, mas a falta de antes, refletiu no resto da vida uma falta permanente, ás vezes até verdadeira... de quando as pessoas cansam.
depois de cortar o pé e ver que o sangue era real, deu pra perceber que nem metade do mundo merece o que eu podia dar a ele... que muitas pessoas dariam um valor inestimável a uma amizade como a minha (que cuida) e muitos homens poderiam dar valor a um amor como o meu (que cuida também), bem complexo, mas que alguns poderiam entender como intensidade, poderiam cessar esse nó no peito se entendessem.
acho que é assim que se faz, vendo tudo de bom que eu tenho, sem primeira pessoa do plural, sem esperar qualquer coisa... pode ser melhor deixar morrer muitos sentimentos, que olhar insistentemente pra dentro do peito alheio, tentando resgatar qualquer amor já gasto.
vai ser difícil ser egoísta, olhar só pra dentro, quando se fez uma vida toda ao contrário... mas sabe que doeu menos escrever isso tudo do que antes seria?
e sinto muito menos vontade de desejar (sozinha) dias inteiros acompanhada, corações juntos... talvez essa seja a forma certa.. sem olhar perfis, narizes e apreciar cheiros.

19 de janeiro de 2011

eles passarão, eu passarinho.

a maioria das mulheres que já passaram pela sua vida gostavam das mesmas músicas que você, usavam suas roupas, cabelo ou maquiagem preferidas e aqui está você comigo...
eu que sou o contrário de você, eu menos acreditada da vida e das relações humanas...
na verdade, eu comecei a acordar pro seu mundo debaixo d'água... mergulhando de mãos dadas e descobrindo que a vida boa não é só afundar em livros (embora essa ainda seja minha melhor opção), e quando você me perguntou numa curva fechada por que eu não escrevo um livro, e quando você me olha de baixo pra cima e diz que me ama, ou quando você fala mil coisas bonitas bêbado e quando eu peço pra você parar, e você diz que quer que as pessoas ouçam na rua.
demorei a acreditar que fosse isso tudo mesmo, mas como viver achando que é pouco e superficial?
a diferença entre mim e as mulheres que passaram pela sua vida, é que elas passaram, eu não.

15 de janeiro de 2011

até quando?

tudo começou, porque falar incomoda e não falar também incomoda... mas se falar incomoda mais, e apesar de termos que expressar qualquer sentimento como espremendo o limão até o fim agora, falar é emotivo demais, mulher demais, sentimental demais, amanhã passa (e passa mesmo), ponto final, vírgula, etc etc etc...
eu acabo fechando as mãos com força até marcar com unhas, tensionando a testa e o cérebro e me sentindo pequena demais, fraca, vulnerável à essa história toda, como se nunca mais fosse se acertar.
eu escuto amor, ouço amor, mas não vejo esse amor todo. sem agressor ou agredido. esse amor se esvaiu há um tempo, ou pelo menos suas formas as quais penetravam na mente, confiavam, deixavam sem esse nó doído na garganta que não tem mais força. sem esse ódio da impotência, sem mãos atadas.
faz falta aquele amor que demonstrava poder tudo, com tudo e todos, que dava força pro resto da vida também, que avivava, que não exigia exigências, que não pedia pedidos e sabe por quê? porque não precisava, tudo acontecia certo à sua maneira.
eu até sinto um retorno ás vezes, mas admito que sou uma só e não sei se aguento cuidar de dois corações, até porque só mando nas vontades do meu, e nesse ainda existe muito amor.
me enfio debaixo das cobertas com medo de sair, de estar do lado no meio da rua, de catar os pedaços de amor quebrados e tentar colar sem cola.
até quando?

13 de janeiro de 2011

cinco.

agora eu me encontro aqui, nesse misto de quente, frio e incerteza... esperando minha companheira esfriar pra eu beber e talvez dormir, talvez acalmar esse tanto de cérebro e estômago que eu tenho e que agora você faz questão de jogar uns cem quilos em cima.
se eu pudesse, sumia, sumia pra um lugar onde não se pensa, não se sente, não se machuca. é difícil aceitar um período temporal imposto pra penar em sentimentos definidos.
se dói, dói. se não é, não é e quem sou eu pra mudar alguma coisa, apesar de me sentir medindo 1 centímetro e pesando meio grama.
esse amargo na garganta que sobe quente, só me lembra o tempo todo que os ponteiros estão rodando e que daqui a pouco é hora de pôr tudo pra fora, voltar a comer, ter força física, deixar a coitada da cidreira crescer em paz... acertas certos pontos esmagadores, aqui, na minha vida.
espero ansiosa essa hora chegar, da cabeça voltar a funcionar e de talvez viver de novo, aqueles melhores cinco dias da minha vida.
"(...) Eu sou apenas a garota angustiada, de cabeça metralhadora, de tremedeira na existência, de maxilares travados de tanto que dói gostar tanto de tudo. Eu sou apenas a garota que tenta ser amada. E sou profundamente amada por alguns meses, até o garoto segurar firme a minha mão e dizer "nós somos inseguros e queremos uma garota normal". E então eu me pergunto se não deveria lobotomizar meu cérebro pra pensar menos, lobotomizar meu coração pra sentir menos, lobotomizar meu espírito pra estar agora menos obcecada pelo seu joelho magrelo. E então eu falaria pouco, teria alguma profissão sonsa dessas que a pessoa fica em cima de apostilas na madrugada ao invés de estar abaixo das estrelas e você poderia me dar a sua mão magrela e nós andaríamos pelas ondinhas secas que fazem bordas de espelho para nossas pernas que seguem juntas. Ou, se ser escritora fosse forte demais, que eu começasse então a escrever sobre o velho e o cachorro. Quem quer bancar a menina que escreve sobre suores e joelhos e cheiros? Eles são inseguros e querem uma garota normal, entende? Você agora penteia o cabelo pra trás, a gotinha de suor pinga na areia fazendo uma lágrima. Você se levanta e vai nadar sozinho. Antes, você se esbarra inteiro no meu corpo, como sempre faz só pra me atordoar e só porque é bem legal ter uma mulher como eu prestando tanta atenção em vocês. Vocês saberiam melhor o que fazer se eu fosse normal, mas algo dentro dessas covardias machistas simplórias e primatas ainda consegue distinguir como é bem legal ser admirado por uma mulher como eu. Antes de me deixar pirando em toda a sua magreza que flutua pelo mundo como uma música leve e impossível de tirar do repeat, você olha pra trás e diz: "mas deve ter alguém que não tenha medo."

Tati Bernardi.

12 de janeiro de 2011

(des)ilusão.

ás vezes acaba tudo, menos o amor. e o amor sozinho não suporta nada sem a parceria, a compaixão, perdão e sentimentos do tipo.
quando esses sentimentos se esvaem por orgulho, cansaço ou sei lá o que, até o amor começa a murchar, coitado.
eu achava que amor sozinho sustentava tudo, mas venho aprendendo dolorosamente que todos vamos pro mesmo buraco, o buraco do amor.
onde todo mundo diz que ama, sorri e olha de lado... mas ninguém prova seu amor.
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estava eu aqui, sem saber o que escrever... com preguiça de postar coisas já escritas quando a vi online. falei com medo da rejeição ou qualquer coisa do tipo, ela veio com a explosão de carinho e bem estar que sempre trouxe.

e eu que há uns bons anos, me achava bem forte com aquele cabelo colorido, muito segura de mim andando só com os homens da escola de peito pra frente, rindo alto pra quebrar o silêncio de quem eu não fui bem quista, gritando a vida e montando nas costas de gente que eu achava me proteger.
mal sabia eu, que o tal do 'amor" viria uma das primeiras vezes abalar toda aquela fortaleza que instigava as pessoas a não gostarem de mim.
e ela me viu aquele dia (arrependida de ter metade do cabelo loiro e metade castanho), chorosa, sozinha num banco de concreto com propaganda de algum transporte escolar.

pausa pra eu dizer o que pensava dela ANTES: tinha medo de jogar qualquer coisa contra ela, a sombra dela me cobria, pra mim, ela era a única que "prestava" da turma dela (que as antigas colegas não leiam esse blog), enfim... sempre tive medo de gente maior que eu, praticamente o mundo todo.

e ela veio com uma doçura maior que ela, me perguntando o que tinha acontecido e etc, só nós precisamos e sabemos de tudo o que foi sentido e todos os conceitos transformados daí pra frente. não consigo transcrever aqui, nem se quisesse. ela me ensinou e influiu na minha formação de caráter, talvez seja uma das amigas que eu mais amei (amo), nem sei explicar tudo o que ela significou e significa pra mim até hoje.

ps: depois de uns anos, fiquei sabendo que ela também tinha receio de falar comigo, porque eu era muito delicada, irônico não?