10 de março de 2011

com seus olhinhos infantis, com os olhos de um bandido.

Andei mais de vinte minutos na chuva grossa daquele labirinto. Encontrei. Acertei.
O cara espera. Ele fala baixo e ri o tempo quase todo e eu nem esperava isso. Espera.
O cara sabe o que está fazendo e falando e é gente, ser humano e se orgulha disso. Eu desperto pra isso.
Me dá a mão, se cobre, me morde. Me lembra quem eu sou. Eu amo isso.
Ele é o contrário de mim, mas assim como eu, é o contrário do mundo e diz que "Deus não está numa fase boa com ele", eu rio. Acredito.
O cara é um poço de sinceridade, o cara espera.
Acaba comigo porque a genética resolveu o agraciar com olhos pretos e apertados. E a boca larga. Eu gosto disso desde sempre e gosto que ele espere, ele espera por ele mesmo. Eu fico louca.
O cara é inteligente, usa palavras difíceis e "se faz" de modesto. "Se faz", modo de dizer, ele É. Não finge nada mas sabe que me mata sendo culto e falando sobre tudo o que eu quiser.
Me mata a cada tatuagem que eu descubro e a cada arranhão que eu dou na nova dele.
Me despedaça quando não tira os olhos de mim e mais quando responde que "não consegue tirar".

Acho que ele consegue me ver por dentro e eu fico à vontade.
Pode ser loucura, mas mesmo esperando a tarde toda, o cara me leva embora e me segura pela cintura no meio da rua.

2 comentários:

Skylo disse...

Já pode começar a escrever contos eróticos. O seu jeito de descrever as coisas é no mínimo excitante.

Aaninha disse...

ahh brigada BÊ! São seus olhos..