17 de setembro de 2010

12:57

começou com muita doçura e um restaurante vegetariano.
eu o esperava encostada na parede da lotérica (que também já rendeu muitas risadas), com meus vestidos rodados e esvoaçantes, tentando esquecer tantos números de processos que orbitavam na minha cabeça.
ele vinha subindo a rua numa pose de moderno (que não é), com camiseta da MTV e um ray-ban amarelo-reluzente que parece ter sido feito pra ele.
depois disso, sempre uns abraços de dois minutos e meio com sotaque baiano (acho que nosso "sonho" era ser da Bahia, poetas que somos...)
ou então, eu o esperava (com o passar do tempo) na nossa mesinha de sempre ao fundo (eu lendo, ouvindo música ou só tentando lembrar algo inédito que ele iria amar).
era proibido falar em volta do buffet e ao celular perto das saladas (isso era uma graça), mas nós sempre falávamos e ríamos com os nomes dos pratos e vegetais.
rir. ele me ensinou que comer rindo faz a comida ficar mais gostosa e a digestão perfeita (mesmo com minhas batalhas: eu X estômago) e eu o ensinei que comer devagar (eufemismo pra LESMA), fazia bem e era lucrativo.
meu suco era sempre laranja com açúcar e o dele o mesmo, porém "com pouquíssimo açúcar", o que ele fazia questão de "gritar" pra garçonete que sempre ria dele (depois começaram os sucos de laranja com acerola...).
depois de comer, era a hora do carinho. carinho nosso, que não adianta explicar porque podemos parecer um pouco excêntricos ao mundo, na verdade, pra nós dois, o mundo é que parece um pouco excêntrico (talvez por isso as gargalhadas tão altas quando víamos algum figurão e eu tampava a boca e você ria mais alto ainda, continuava acordando o mundo pra nossa felicidade.).
um dia então, ao 12:57 (se não for em números, não é a mesma coisa) resolvemos que nos amávamos, mas isso já era fato desde a primeira vez que nos vimos. mas dessa forma, "concretizada" era mais doce e divertido.
foi assim, que conheci uma das pessoas mais incríveis da minha vida, que eu sinto sempre do meu lado, que eu choro quando falo ao telefone, que atende: "mentiiiiraaaaaa", quando ligo pra ele e me faz desmanchar em risadas com sorrisos. e agradeço a Deus e ao universo por conspirarem dessa forma a nosso favor... e peço que conservem essa nossa amizade linda pela eternidade.

Um comentário:

Caetano disse...

se eu tivesse uma filha, ela se chamaria aninha. porque nada é tão sublime quanto as lembranças desse nome ~ que remetem aos sentimentos mais sutis e profundos que uma amizade, um amor repentino e um universo bondoso que nos uniu ~ ele é bondoso porque sabe que vida é perto. o arrepio faz parte de nossos encontros, assim como a arritmia cardíaca e os carinhos sem fim.

procurei e não encontrei uma palavra que refletisse minha gratidão por você eternizar esse amor em um texto tão bonito, tão você.

te amo muito.
12:57