7 de junho de 2015

Fotofobia.

Acordou sem dormir num quarto que, caso não se soubesse a falta de amor ali presente, se pensaria que a luz era sentimento esvaído de dentro dos dois peitos fechados.
Abriu os olhos e toda a distância entre eles não correspondia ao real. Na verdade a sensação era de que estavam à distância de anos luz e concomitante, um dentro do outro.

Ela, desde a primeira vez me transformou em euforia (haha), mas a inércia que costuma se aboletar de mim quando eu mesmo me vou (ZzZz), é de dar nó na mente e bagunçar qualquer reação ocitócina que exista.

Não sabia se era frio ou calor, que cabelo era de quem ou que coração batia mais sereno (leia-se baixo. talvez tenha tentado um otimismo) e sonolento, como esses escritos.
Abriu os olhos como fechou o coração: instantâneo e insone.

Ela só funciona ao vivo. Entre ligações e bilhetes curtos, quando me vê abre um sorriso e desata um chamego de dar laço forte.
É difícil falar sobre ela, tentar decidir se durmo com ela, não me desatinar num sorriso rasgante por sentir que a divirto.

Era vontade que tinha de sair correndo, num escorrer de prédio a baixo - ou melhor, evaporar por ser mais sucinto - pra ver se tanta vontade era vontade mesmo ou se era "não pode". O não pode pode ter surtido grandes efeitos nessa noite em que precisou-se curar o frio (um físico e um do coração) com distância e atrelamento.

Ela esteve. De verdade. Ou estive sonhando.
É tão difícil escrever sobre ela que mexe com meu lado direito brutalmente.
Talvez não floresçam palavras fáceis pois não a sei. Ou acho que sei mas tenho certeza que não. Acho que ela tem vários de mim, e isso talvez também seja sonho, mas prefiro crer e até sentir a dor minúscula que desponta no meu bater de coração, do que crer que sou só (eu).

Nesse dia repetidamente crepusculante tudo pareceu mais próximo e real. Uns ou outros esbarrões emocionais curados com beijos e entrelaçados de pernas e tudo se passou com humor de sol à pino e intimidade de apenas duas vidas.
Bebeu. E entre náuseas, gargalhadas, incertezas, conforto, fumaça, resolveu pular do barco pro mar e nadar. E boiar.
Soltou o corpo na água que era cama e deixou o sono vir, pois o amanhã a Deus pertence. E a quem sabe cuidar do próprio coração.

Enfim, ela é boa comigo (não pra mim). E sabe que quando se trata dela, sou alvo de represálias e autor de réplicas e tréplicas  a meu favor.
A última vez que a vi tudo acabou com três beijos na testa, um na mão e uns quatro na boca - talvez - pois o da mão foi um pedido de perdão, e depois disso meu coração vagabundo se apossou da mente e não me recordo de mais nada.

[ https://www.youtube.com/watch?v=J2xc8xZ0tV0 ]

Nenhum comentário: