Não previa como seria a volta ao lugar que transformou a vivência atual em um conflito paradoxal dentro do peito. Onde os sorrisos foram falsos ás costas, onde houve carinho intenso, onde sucumbi à vontade negada, caminhei contra princípios, onde lábios geraram asas e onde as mãos anteriormente amigas, se tornaram afáveis e surpreendentes.
Peito aberto, sensação de vitória, de estar completa e tudo foi destruído por contradições e fugas à vida real. Ar pesado, paralelepípedos quentes e paredes sujas, tudo tornou as pontadas no peito mais fortes, o embrulho no estômago mais intenso e as lágrimas mais densas..
O misto de céu e inferno dava vontade de correr.
No meio disso tudo existe uma cabeça afundada num breu de conflitos (confusão = desordem, bagunça, falta de clareza.), iludida por sentimentos hipócritas ou também confusos, na qual é guardada bem no fundo, no seu porão raso, uma caixa transbordando de esperança prevendo um ataque aéreo certeiro que a destrua (esperar = ter esperança, crer, aguardar em emboscada, ter fé, confiar) / (esperançar = dar esperanças, animar).
Mas apesar de toda a neblina, essa cabeça tão (des) esperançosa, tem consciência de que esperar por lixo ou nada, íntangível, ou seja, faz mal ao coração.
lixo = o que se varre pra tornar limpo um ambiente, sujeira, imundice, coisa sem serventia, excremento.
nada = a não existência, coisa nenhuma, ninharia, inutilidade.